Espera
que se arrasta há mais de uma década, a chegada das águas da Transposição do
Rio São Francisco ao Ceará está prevista para meados do segundo semestre de
2019. A nova data foi anunciada por Gustavo Canuto, ministro do Desenvolvimento
Regional, após reunião com o governador Camilo Santana, na manhã de ontem. A
conclusão das obras ocorrer até maio, quando a água no Eixo Norte do Projeto de
Integração do Rio São Francisco (Pisf), no reservatório de Negreiros, em
Salgueiro (PE), será bombeada para alcançar o reservatório de Jati, no Cariri,
o primeiro no Estado, e fazer a ligação ao Cinturão das Águas do Ceará (CAC).
Esse
é, pelo menos, o quarto adiamento do prazo nos últimos dois anos. O atraso mais
recente se deu por conta do vazamento em um dique na última estação de
bombeamento do Eixo Norte do Pisf — o EBI 3 — acionada em junho de 2018.
"A
obra está em execução. A previsão que empresa responsável nos deu é que acabe
em maio deste ano e, a partir de então, a gente comece a bombear água para o
Eixo Norte e a água vai seguir seu curso até chegar em Jati e comunicar com o
CAC. A previsão é que, se não houver nenhum imprevisto ao longo dos enchimentos
dos reservatórios pelos canais, isso chegue no segundo semestre. No meio ou
final do segundo semestre", explicou Canuto. Ele ressalta a dificuldade de
"saber se as estruturas que estão prontas vão suportar e levar essa
água".
O orçamento necessário
para continuação das obras é de R$ 286 milhões. Segundo ele, ainda será
necessário que o Governo Federal invista R$ 100 milhões para alcançar esse
valor.
O
custo de operação do Eixo Leste é superior a R$300 milhões ao ano. Com o início
do funcionamento no Eixo Norte, o valor estimado supera os R$600 milhões. Uma
das pautas da reunião com Camilo foi o convite para participação do governador
na Câmara de Conciliação e Arbitragem da Advocacia Geral da União (AGU), que
definirá o contrato de operação comercial do Pisf. Um dos objetivos é reduzir
os custos do funcionamento, que deve ser rateado entre União e estados beneficiados.
Uma
das "modelagens possíveis", aventada pela Companhia de
Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), atual
operadora federal, é um consórcio interestadual. "Há um processo em curso
no BNDES, já foi contratado. A previsão é que as alternativas cheguem para nós
já em maio. Para ocupar a área lateral ao canal para produção de energia
fotovoltaica". A energia seria utilizada para as bombas e o excedente
seria vendido ao mercado, de acordo com o ministro.
Para
Camilo, discutir a sustentabilidade da operação do Pisf é fundamental.
"Devemos buscar todas as alternativas possíveis, como a energia
fotovoltaica. Porque quase 70% ou mais do custo operacional é energia. Se a
gente conseguir baratear a energia, consegue baratear o custo", frisou.
Com
informações portal O Povo Online
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