Sem
mais informações sobre nova proposta de provimento de médicos aos municípios, o
encerramento do programa Mais Médicos ao fim dos atuais contratos foi anunciado
ontem (06/02) pela médica cearense Mayra
Pinheiro.
Atual secretária de Gestão no Trabalho e Educação
em Saúde do Ministério da Saúde Mayra Pinheiro afirmou que o projeto será substituído por
outro que ainda está em planejamento e será apresentado "em breve", adiantando que o programa não terá mais editais para preenchimento de vagas abertas após a saída
dos cubanos.
Mayra disse ao jornal O POVO que todos os médicos brasileiros que
substituem cubanos hoje no País "completarão normalmente o ciclo do programa,
que deverá posteriormente ser substituído por um novo modelo de provimento de
profissionais para a atenção primária em áreas de difícil provimento".
A secretária não
antecipou detalhes sobre esse novo modelo de assistência a áreas com déficit de
profissionais. Questionada se o nome Mais Médicos será mantido, ela disse que
"isso está em estudo".
Sem
programa de transição definido ou mais informações sobre como será a mudança,
diversas entidades foram pegas de surpresa com o anúncio. Sayonara Cidade, presidente
do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará (Cosems-CE) afirmou
que durante reunião recente entre Mayra Pinheiro e representantes de
secretarias de saúde pelo Brasil o que havia de diálogo era a alteração em
alguns aspectos do Mais Médicos.
"O
que foi colocado na ocasião desta reunião é que após o edital de reposição
haveria uma parada para fazer uma auditoria para restabelecer o programa com
mudanças, revendo critérios de realocação".
Conforme Sayonara, foram discutidas, inclusive, especificidades do Norte e do Nordeste pela dificuldade de fixação de médicos em localidades longínquas. "Fomos pegos de surpresa. Quero acreditar que o provimento de médicos aos municípios permanece e vai ser mudado só o nome e outras alterações".
Conforme Sayonara, foram discutidas, inclusive, especificidades do Norte e do Nordeste pela dificuldade de fixação de médicos em localidades longínquas. "Fomos pegos de surpresa. Quero acreditar que o provimento de médicos aos municípios permanece e vai ser mudado só o nome e outras alterações".
Odorico
Monteiro, que foi um dos deputados a encabeçar a criação do Mais Médicos e hoje
é pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, critica o fato de Mayra Pinheiro
anunciar o fim do programa sem ter um projeto estabelecido para suprir a
demanda.
"Acho temerário você desestruturar um programa se ainda não tem nada para colocar no lugar. O nosso grande desafio é garantir atenção à população, já temos grandes vazios assistenciais no Brasil".
"Acho temerário você desestruturar um programa se ainda não tem nada para colocar no lugar. O nosso grande desafio é garantir atenção à população, já temos grandes vazios assistenciais no Brasil".
Já
Edmar Gonçalves, presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, reforça como
positiva a criação de um plano nacional de cargos e carreiras e critica o
modelo do Mais Médicos que funcionava antes do rompimento com Cuba. "O
programa não vai ser extinto. Acredito que é uma mudança mais no nome".
Com
informações portal O Povo Online
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