Guedes disse que governo trabalha com duas ou três versões da proposta (Foto: Valter Campanato) |
O
ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ontem (05/02), em Brasília, que a proposta
de reforma da Previdência do governo projeta uma economia de pelo menos um R$ 1
trilhão, em um período de 10 anos. A afirmação foi feita em entrevista coletiva
ao lado do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Os dois se
reuniram no gabinete de Guedes para tratar da tramitação da reforma e Maia
chegou a dizer que o tema poderá ser votado pelos deputados até maio.
"A
ideia é que ela [a reforma] chegue pelo menos a R$ 1 trilhão [de economia de
gastos]. Simulamos com 15 anos, com 20, com 10. O valor de R$ 1 trilhão é para
10 anos, mas há simulações em que é R$ 1 trilhão em 15 anos também, de valor
presente. Isso é o que está sendo calibrado", afirmou o ministro. Ele
voltou a criticar o atual sistema previdenciário que, segundo ele, aprofunda
desigualdades sociais e contribui para o desemprego.
"São
96 milhões de brasileiros economicamente ativos, e 46 milhões não contribuem, e
vão envelhecer. Então, eles vão quebrar a Previdência. Nosso desafio é não só
salvar a Previdência antiga, como impedir que ela seja um mecanismo perverso de
transferência de renda, como ao mesmo tempo livrar as futuras gerações da
armadilha em que essas gerações passadas, as nossas, caíram, que foi produzir
um sistema que piora a desigualdade e destrói empregos em massa. São dezenas de
milhões de empregos destruídos, por financiamento equivocado, uma série de
defeitos que ela tem", acrescentou.
Paulo
Guedes disse que pediu a Rodrigo Maia um rito democrático para a tramitação da
medida na Câmara e revelou que o governo teria até três versões alternativas da
proposta, cuja palavra final será do presidente Jair Bolsonaro. "Nós já
temos duas ou três versões alternativas, simuladas com os números. Ele
[Bolsonaro] chegando, a gente entrega, ele bate o martelo e a coisa entra no
processo", disse.
Idade
mínima
Perguntado
sobre o estabelecimento de uma idade mínima única de 65 anos para homens e
mulheres, conforme o trecho vazado ontem (4), do que seria uma das propostas do
governo, Guedes reforçou que a decisão final é do presidente da República.
"Vocês
sabem que a posição, por exemplo, do deputado Rodrigo Maia, é que fosse iguais
[as idades mínimas de aposentadoria], porque as mulheres têm, inclusive, uma
expectativa de vida mais longa. Só que a posição do presidente Bolsonaro sempre
foi que não, que as mulheres deviam ficar com uma idade menor. E foi o que o general
Mourão falou hoje, que a palavra final nisso é do presidente, porque ele que
asina a PEC [proposta de emenda constitucional]. Nós vamos ser mais precisos
muito brevemente", acrescentou.
Caso
a idade mínima seja 62 anos para homens e 57 para as mulheres, como chegou a
mencionar o próprio presidente, no mês passado, Paulo Guedes disse que a
economia seria menor do que R$ 1 trilhão. Nesse cenário, no entanto, as regras
de transição poderiam ser mais rígidas para a atual geração.
"O
presidente chegou a dizer 57 para mulheres e 62 para os homens. E o próprio
deputado Rodrigo Maia disse, na época, que a transição teria que ser mais
estreita, mais rápida. Nós simulamos isso também, fizemos com números. Favorece
muito o nosso governo, mas não é generosa o suficiente para quem estava na
iminência [de se aposentar]", comentou.
Com
informações portal Agência Brasil
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