Eleito
presidente do Senado ontem (02/02) por 42 votos, um a mais do que o mínimo
necessário, Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi alçado ao posto máximo do Congresso
pelas mãos do ministro-chefe da Casa Civil, Onix Lorenzoni (DEM).
A
vitória de Alcolumbre é um triunfo importante do principal articulador político
do governo de Jair Bolsonaro (PSL), que havia apostado alto na disputa depois
de ter visto Rodrigo Maia (DEM-RJ) ser reconduzido à presidência da Câmara com
334 votos ainda na sexta-feira (01/02) - Onix e Maia brigam por protagonismo dentro
do DEM.
Alcolumbre
derrotou o experiente Renan Calheiros (MDB-AL), que tentativa presidir a Casa
pela quinta vez. O emedebista, todavia, desistiu de sua candidatura após 12
senadores terem votado na segunda rodada de ontem - os votos da primeira foram
invalidados depois que a mesa contabilizou 82 sufrágios para 81 votantes.
O
êxito de Alcolumbre foi pavimentado também por outras forças políticas além do
governismo. Senadores da Rede e do PSDB, dois partidos não alinhados ao
Planalto, aderiram ao nome do candidato, que acabou conseguindo mobilizar o
sentimento anti-Renan dos novos senadores - 46 das 54 vagas que foram colocadas
em disputa nas últimas eleições.
Os
cearenses Tasso Jereissati (PSDB) e Eduardo Girão (Podemos), por exemplo,
integraram o grupo que ajudou a dar corpo à postulação de Alcolumbre - Tasso
abriu mão de disputar a presidência da Casa para não fragmentar os votos da
oposição a Renan, com quem chegou a trocar xingamentos na sexta-feira. Mesmo
tendo deixado a corrida após alegar fraude no processo de condução da votação,
Renan ainda recebeu cinco votos.
Mas
é Bolsonaro o maior beneficiado com a conquista de Alcolumbre. Nome de
confiança de Onix, o representante do baixo clero contou com o voto do filho do
presidente, Flávio Bolsonaro (PSL). Pelo Twitter, o senador recém-eleito, que
sofre pressão de investigação do caso Queiroz, afirmou ter votado no
parlamentar do DEM nas duas rodadas e que não tinha revelado sua escolha antes
por receio de que o governo do pai sofresse represálias no Senado.
A
presença de dois aliados no comando do Legislativo não garante ao presidente
total tranquilidade na tramitação de sua agenda reformista, notadamente a
reforma da Previdência. Logo depois de vencer a eleição, Rodrigo Maia chegou a
admitir que o governo ainda não tem os 308 votos necessários para fazer passar
a medida.
O
político também deu mostras de que não deve acelerar o rito de tramitação da
reforma - Paulo Guedes, ministro da Economia, pretendia ver a Previdência
aprovada até março, no máximo.
Se
na Câmara o sucesso da agenda econômica não é garantido, no Senado o cenário é
ainda mais indefinido, sobretudo depois da eleição. A disputa pode deixar
sequelas entre parlamentares ligados a Renan Calheiros, fator com potencial
para atrapalhar os planos de Bolsonaro.
Além
disso, os votos em Alcolumbre não necessariamente são votos de apoio ao
bolsonarismo. Desse modo, mesmo com apoios cruciais na Câmara e no Senado, o
pesselista teria de negociar maiorias parlamentares a cada votação, já que a
escolha do presidente do Senado foi marcada principalmente por um sentimento
contra figuras que representariam "a velha política", de acordo com
os senadores de primeira viagem dos quais Girão é exemplo.
Com
informações portal O Povo Online
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