Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre na inauguração da 56ª Legislatura do Congresso Nacional (Foto: Jane de Araújo) |
Na
esfera institucional, o mais visível efeito da mudança política ocorrida nas
últimas eleições é o fortalecimento do DEM. Desde a redemocratização, apenas um
partido conseguiu a presidência da Câmara dos Deputados e do Senado: o velho
PMDB, ex e atual MDB. Agora, o ex-PFL alcança essa posição. Porém, os
peemedebistas, sempre que comandaram as duas casas, tiveram maioria em pelo
menos uma delas. O DEM, em nenhuma.
Não
apenas isso. O DEM também comanda a Casa Civil do governo Jair Bolsonaro (PSL),
com Onyx Lorenzoni. Toda a articulação política da República passa pelo
partido, mas de
De
onde vem a força da sigla
Isso
é particularmente curioso porque o DEM não estava na aliança que elegeu
Bolsonaro. Houve apoiadores pontuais, como Onyx, mas, a legenda estava era na
coligação de Geraldo Alckmin (PSDB). Tampouco o partido foi um grande vitorioso
nas urnas. Oito partidos elegeram mais deputados federais que a sigla.
O
DEM avança pelas beiradas, numa engenharia política matreira. Rodrigo Maia
(DEM-RJ) era visto com desconfiança pelo núcleo bolsonarista. Mas, costurou
apoios, deu sinalizações e se mostrou a alternativa menos trabalhosa para o
governo.O apoio do PSL a ele selou a reeleição. Já Davi Alcolumbre (AP) era
azarão até instantes antes de ser eleito, em sessões repletas de reviravoltas.
Sua eleição foi uma vitória de Onyx, que sai fortalecido.
O
DEM avança, sobretudo, porque Bolsonaro e seu círculo acreditam que podem tirar
proveito da legenda. O partido acredita na mesma coisa em relação ao governo.
A
velha força da nova política
O
partido mais poderoso desse novo momento da política brasileira. O DEM é o nome
atual do antigo PFL. A mudança ocorreu em 2007. O PFL, por sua vez, foi uma
dissidência dentro do velho PDS, partido herdeiro da Arena, a legenda oficial
da ditadura militar. O PFL foi criado pelo grupo de integrantes do PDS que
apoiaram Tancredo Neves contra Paulo Maluf, na eleição realizada no colégio
eleitoral em janeiro de 1985.
Nos
últimos 20 anos, a legenda vinha em franca decadência. Em, 1998, o PFL elegeu
105 deputados federais e fez a maior bancada da Câmara. Em 2002, caiu para 84.
Em 2006, sua última eleição como PFL, elegeu 65. Foi aceso o alerta e veio a
mudança de nomenclatura. Em 2010, o DEM estreou elegendo 43 parlamentares. Em
2014, caiu a menos da metade: 21. Foi o fundo do poço. Em 2018, discreta
melhora: 29 deputados.
Os
resultados eleitorais até quatro meses atrás não indicavam que o DEM se
tornaria a mais influente força política em tempos de Bolsonaro.
O
controle das duas casas
Se
é inédito para qualquer outro dos atuais partidos, o controle das duas casas do
Congresso Nacional já foi realidade para o velho PMDB em não menos que sete
ocasiões. Na última delas, entre 2015 e 2016, Eduardo Cunha presidiu a Câmara e
Renan Calheiros, o Senado. Antes, de 2013 a 2015, Henrique Eduardo Alves
comandou a Câmara e o mesmo Renan, o Senado. Entre 2009 e 2011, Michel Temer
foi presidente da Câmara e José Sarney, do Senado.
Antes
disso, é preciso voltar bastante no tempo para encontrar caso de um partido com
controle das duas casas. De 1991 a 1993, estavam nos cargos Ibsen Pinheiro
(Câmara) e Mauro Benevides (Senado). De 1989 a 1991, Paes de Andrade (Câmara) e
Nelson Carneiro (Senado). De 1987 a 1989, Ulysses Guimarães (Câmara) e Humberto
Lucena estavam nas funções. E, de 1985 a 1987, o mesmo Ulysses (Câmara) e José
Fragelli.
Com
informações portal O Povo Online
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