Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre chegam ao Congresso Nacional (Foto: Jane de Araújo) |
Apesar
de não ter as maiores bancadas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, o
Democratas conquistou a presidência das duas Casas, com Rodrigo Maia (RJ) e
Davi Alcolumbre (AP), respectivamente. Na Câmara, o partido tem a nona maior
bancada, com 29 deputados, atrás de PT, PSL, PP, PSD, MDB, PR, PSB e PRB. No
Senado, a legenda tem seis parlamentares, atrás de MDB, PSD e PSDB.
Para
o analista político Antônio Augusto de Queiroz, diretor do Departamento
Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), o Palácio do Planalto foi
beneficiado com o resultado das eleições no Congresso, pois os presidentes das
Casas Legislativos são alinhados politicamente com o governo na agenda de
reformas e do ajuste fiscal.
Na
Câmara, segundo Queiroz, a ausência de um nome competitivo do PSL, partido do
presidente Jair Bolsonaro, e a coincidência de agendas na área econômica entre
o governo federal e Maia favoreceram a reeleição do parlamentar.
Habilidade
Conhecido
como articulador e habilidoso em negociações com partidos de divergentes
posições ideológicas, Maia conseguiu atrair, além da corrente majoritária,
apoio de partidos de esquerda como PCdoB e PDT e foi reeleito.
No
caso do Senado, diz o analista político, havia rejeição dos novos senadores ao
nome de Renan Calheiros (MDB-AL), que acabou retirando sua candidatura à
presidência da Casa. Além disso, acrescentou o diretor do Diap, o PSL tem uma
bancada pequena, que não conta com nomes experientes para concorrer ao cargo de
presidente.
“O
comprometimento do [Davi] Alcolumbre com a agenda do Executivo era total, tanto
que ele era o candidato do ministro-chefe da Casa Civil [Onyx Lorenzoni]”,
afirmou Queiroz.
Parcimônia
Para
o diretor do Diap, o DEM ganha poder com essa nova composição, mas terá que
administrá-lo “com muita parcimônia”. “Porque, se exagerar querendo trazer para
a legenda parlamentares de outros partidos em função desse poder, pode criar um
nível de conflito na base do governo que pode desagregar essa base. Deve
exercer o poder com muita negociação e muito diálogo”, argumentou.
Segundo
o analista político, Maia e Alcolumbre têm a vantagem de poder dar continuidade
a uma pauta remanescente da legislatura anterior em condições de ser votada que
coincide com a agenda do atual governo. “Na minha avaliação, eles não terão
maiores dificuldades porque muitas matérias já estão em curso”, disse Queiroz.
“As reformas da Previdência e tributária e projetos que tratam da privatização
da Eletrobras e da cessão onerosa do pré-sal estão adiantados.”
O
líder do DEM na Câmara, Elmar Nascimento (BA), disse que o radicalismo deve ser
substituído pelo diálogo na Casa. “É o que Rodrigo Maia tem feito: conversa com
todos os líderes partidários para debater a pauta de votação e trabalha como
interlocutor entre as partes. Nenhuma pauta avança no Legislativo sem conversa
e diálogo”, afirmou, em nota, o líder, que defendeu o debate sobre a reforma da
Previdência.
Mudanças
O
líder do Democratas no Senado, Rodrigo Pacheco (MG), afirmou acreditar na
capacidade do novo presidente da Casa em defender os interesses da sociedade
brasileira. Para Pacheco, o parlamentar amapaense representa a renovação na
política e a possibilidade da aprovação de mudanças requisitadas pela
população.
“Estamos
muito felizes de ter contribuído para essa empreitada, acreditamos muita na
capacidade do Davi de diálogo, de aglutinar e de defender os interesses
republicanos do país através do Senado Federal”, disse, em nota, Rodrigo
Pacheco.
Entre
as atribuições do presidente da Câmara, estão submeter propostas à votação no
plenário e colocar em pauta pedidos de impeachment do presidente da República.
O presidente da Casa é o segundo na sucessão da Presidência da República, atrás
apenas do vice-presidente. No Senado, o presidente define a pauta do plenário e
a do Congresso Nacional – do qual também é o presidente.
Com
informações portal Agência Brasil
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