Plenário aprovou projeto que susta possibilidade de comissionados classificarem dados públicos como secretos (Foto: Luis Macedo) |
Um
dia depois de contabilizar sua primeira derrota no Congresso, o presidente Jair
Bolsonaro irá hoje (20/02) à Câmara para apresentar o texto da reforma da Previdência.
Com o movimento, Bolsonaro chama para si a responsabilidade por articular sua
base política, tenta dissipar dúvidas do mercado sobre sua convicção a respeito
da necessidade da proposta e, por fim, virar a página da crise que culminou com
a queda do ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno.
O
texto chega ao Congresso no momento em que a base de apoio de Bolsonaro é
incerta. Ontem, o governo não conseguiu nem mesmo maioria simples (os votos de
metade mais um dos presentes) para derrubar projeto que suspende o decreto que
amplia para funcionários comissionados e de segundo escalão o poder para que
seja imposto sigilo de documentos públicos.
Foi
uma derrota acachapante. Por 367 votos a favor, 57 contrários e 3 abstenções, o
projeto foi incluído na pauta do plenário como urgente. O PSL, sigla de
Bolsonaro, ficou praticamente isolado na defesa do Planalto. Contou com três
votos do MDB, um do Solidariedade, PP, PSD e Avante. O DEM, que tem três
ministérios, incluindo a Casa Civil, comandada por Onyx Lorenzoni, ajudou a
impor a derrota ao governo. O texto seguirá agora para o Senado.
O
revés sofrido pelo Planalto foi um recado para Bolsonaro de que o Legislativo
está insatisfeito com a falta de interlocução.
Não
foi a única derrota do dia para o Executivo. Os esforços do líder do governo
para evitar incluir na pauta a proposta de convocação do ministro da Defesa,
Fernando Azevedo e Silva, também foram inúteis. Os líderes querem explicações
sobre por que um general brasileiro foi nomeado para coordenar o Comando
Militar Sul nos Estados Unidos.
Para
evitar mais prejuízos ao Planalto, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), recuou da decisão de colocar em votação no plenário o projeto que
permite a Estados antecipar receitas ao "vender" dívidas que têm a
receber. A votação da chamada securitização serviria como termômetro para Maia
medir o tamanho da base.
No
Senado, outra derrota. A Comissão de Transparência da Casa aprovou convite para
o ex-ministro Bebianno falar sobre sua ruidosa saída do governo. Após o
episódio, Fernando Bezerra (MDB-PE) foi nomeado líder do governo no Senado.
O
vice-presidente Hamilton Mourão procurou amenizar a derrota e disse que o
governo tem, hoje, uma base de 250 deputados favoráveis à reforma da
Previdência. "A gente sabe que a oposição tem em torno de 150 votos.
Então, sobram 363 para serem garimpados. Acredito que temos 250. Então, entre
60, 70 votos terão que ser buscados", avaliou o vice.
Apesar
da conta de Mourão, os governistas estão preocupados com a votação da reforma
da Previdência. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o governo também
deverá começar a fazer novamente nomeações no segundo escalão, nos Estados,
numa tentativa de atender os deputados e angariar votos.
O
Planalto montará, ainda, ofensiva para que ministros de áreas como saúde e
educação se reúnam com bancadas temáticas no Congresso, na tentativa de
contornar as dificuldades na articulação política e diminuir resistências.
Antes
da visita à Câmara, hoje, o presidente tomará café da manhã com a bancada do
PSL, no Palácio da Alvorada, e já enviou emissários ao Congresso para dizer que
vai apresentar o texto com as mudanças a todas as bancadas.
Com
informações portal O Povo Online
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.