Lideranças petistas, sindicalistas, além dos filhos, irmãos e outros parentes de Lula acompanharam a cerimônia que teve gritos de "Lula Livre" (Foto: Ricardo Stuckert) |
A
série de decisões da Justiça, Ministério Público Federal e Polícia Federal que
inviabilizaram ontem (30/01), a ida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao
funeral de seu irmão Genivaldo Inácio da Silva, o Vavá, serviu de base para que
aliados, familiares e o próprio Lula reforçassem o discurso de perseguição
política.
"Não
deixaram que eu me despedisse do Vavá por pura maldade", disse Lula de
manhã ao saber que a Justiça havia impedido a ida ao funeral. "Não posso
fazer nada porque não me deixaram ir. O que eu posso fazer é ficar aqui e
chorar", lamentou o ex-presidente segundo relato da presidente do PT,
Gleisi Hoffmann, à Agência PT de Notícias.
Vavá
foi sepultado às 13 horas no cemitério da Paulicéia, em São Bernardo, onde
também está enterrada a mãe de Lula, Eurídice Ferreira de Melo, a dona Lindu.
A
notícia de que o ministro Dias Toffoli havia autorizado que o corpo de Vavá
fosse levado até uma base militar chegou quando o cortejo já havia saído da
capela rumo ao túmulo onde o irmão do ex-presidente foi enterrado e só fez
aumentar a indignação.
"É
uma situação ridícula. Em todo país civilizado onde há democracia e até em
zonas de conflito sempre se respeitou os mortos", disse José Gomes da
Silva, o Frei Chico, irmão mais velho.
Em
vídeo divulgado nas redes sociais, Frei Chico disse que Vavá morreu pedindo
para ver Lula. Parentes lembraram que em 1980 o então líder sindical preso por
comandar as históricas greves de metalúrgicos de 1978, 1979 e 1980 foi
autorizado a visitar dona Lindu no hospital e comparecer ao funeral da mãe em
plena ditadura militar.
"Já
na dita democracia Lula foi impedido de ir ao enterro de Sigmaringa Seixas
(advogado petista morto em dezembro) sob o argumento de que não havia
parentesco e agora soltam a decisão durante o sepultamento. Fica cada vez mais
claro que Lula é um preso político", disse Edson da Silva, filho de Vavá.
Os
filhos de Lula presentes ao enterro rejeitaram de pronto as condições
apresentadas pelo STF para que o ex-presidente visitasse a família ainda nesta
quarta. Informados sobre a exigência de que o encontro fosse em uma base
militar, disseram que estavam querendo levá-los para "o campo do
inimigo".
Lideranças
petistas enxergaram nas exigências - que incluíam a proibição de celulares e da
imprensa no local do encontro - sinais claros de que os responsáveis pela
decisão não estavam preocupados com a segurança ou logística da operação mas,
na verdade, quiseram impedir imagens e declarações públicas do ex-presidente.
Para
o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, a decisão de Toffoli, embora
inócua do ponto de vista prático, serviu para mostrar que a juíza Carolina
Lebbos, que proibiu a ida do ex-presidente ao velório com base em pareceres do
MPF e da PF, violou um direito do ex-presidente. "Se a juíza de primeira
instância tivesse tido o bom senso do ministro Toffoli, Lula teria tido a
oportunidade de se despedir do irmão", disse ele.
Com
informações portal O Povo Online
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