O
pedido feito pelo senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) ao STF para a
suspensão das investigações relativas a movimentações financeiras de seu
ex-assessor Fabrício Queiroz causou mal-estar no Palácio do Planalto. Nos
bastidores, auxiliares do presidente Jair Bolsonaro e ministros disseram que a
estratégia usada por Flávio tem potencial para provocar mais desgaste ao novo
governo. Ao
solicitar a suspensão das apurações, o filho de Bolsonaro alegou que o cargo de
senador lhe confere foro especial no STF. Embora não tenha tomado posse, o que
ocorrerá em 1º de fevereiro, Flávio já foi diplomado.
A
argumentação contradiz discurso do presidente, que sempre disse ser contrário
ao foro privilegiado. Além disso houve incômodo no Planalto com o fato de
Flávio sustentar que nada tinha a ver com a situação e agora pedir para que as
investigações fossem suspensas.
A
estratégia usada por Flávio para se defender foi classificada por dois
auxiliares de Bolsonaro como "um tiro no pé" porque pode contaminar o
governo.
Aliados
de Bolsonaro afirmaram que Flávio não deveria ter recorrido ao STF porque deu a
entender que teme a investigação. Em nota, a assessoria do filho do presidente
observou que a solicitação foi feita tendo em vista "nulidades diversas,
como a quebra dos sigilos bancário e fiscal do senador para fins de
investigação criminal, sem autorização judicial".
Até
agora, o núcleo político do governo tentava separar Bolsonaro de Queiroz. Mesmo
assim, os militares sempre diziam que o ex-assessor de Flávio deveria dar
explicações o mais rápido possível. O chefe do Gabinete de Segurança
Institucional (GSI), general Augusto Heleno Ribeiro, chegou a afirmar que as
explicações dadas por Queiroz careciam de mais "consistência".
O
procurador da República e coordenador da Operação Lava Jato em Curitiba, Deltan
Dallagnol, criticou ontem a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal
Luiz Fux que suspendeu a investigação do Ministério Público do Rio sobre as
movimentações financeiras de Fabrício Queiroz, ex-assessor do deputado estadual
e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).
"Não
há como concordar com a decisão, que contraria o precedente do próprio STF.
Tratando-se de fato prévio ao mandato, não há foro privilegiado perante o
STF", escreveu no Twitter.
A
deputada estadual eleita por São Paulo Janaina Paschoal (PSL), afirmou que,
"respeitosamente", entende a medida do ministro do Supremo como
"equivocada". "O precedente que tratou da prerrogativa de foro
realmente foi no sentido de que os casos devem ser analisados em concreto;
entretanto, os fatos devem ser posteriores ao início do mandato. Não é o
caso!", disse.
Candidato
derrotado à Presidência em 2018, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad
(PT) ironizou a decisão de Fux e disse que Flávio Bolsonaro "deu uma
fraquejada". "Flávio Bolsonaro pede, e STF suspende investigação
sobre Queiroz", escreveu.
Com
informações portal O Povo Online
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