A
investigação de movimentações suspeitas na conta de Fabrício Queiroz,
ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), já
vinha gerando desconforto ao presidente da República.
Mas,
desde a última quinta-feira, 17, o enredo vem ganhando ingredientes que põem em
xeque a capacidade de a família Bolsonaro praticar o que suas palavras pregam.
Flávio,
assim como Queiroz, não compareceu a nenhum dos convites do Ministério Público
do Rio para prestar esclarecimentos sobre o caso. Vinha dizendo que quem devia
explicações era Queiroz. Contudo, apresentou reclamação ao STF alegando foro
privilegiado de senador para pedir a suspensão da investigação.
A
iniciativa de Flávio gerou a interpretação de carta de culpa. Ainda é difícil
compreender a decisão do ministro Luiz Fux, que acatou o pedido, apesar de ter
emitido voto a favor da restrição do foro privilegiado no ano passado.
Com
a decisão colegiada do STF, parlamentares só têm o foro garantido em casos de
crimes cometidos durante o mandato e em função do cargo, o que não se aplica à
função de senador de Flávio, que, sim, já é diplomado, mas nem sequer foi
empossado.
Na
noite em que Flávio dizia à Record que iria aonde tivesse que ir para
esclarecer qualquer coisa, a Globo divulgava nessa sexta, 18, um outro
relatório do Coaf apontando 48 depósitos suspeitos na conta do próprio Flávio,
no total de R$ 96 mil.
Para
compreender a pressão sobre a família, em vídeo de março de 2017, ele aparece
ao lado do pai, Jair, que critica duramente o foro privilegiado: "Não
quero essa porcaria de privilégio". O episódio estremece a confiança que o
presidente precisa para ter governabilidade.
Publicado
originalmente no portal O Povo Online
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