Jair Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial em Davos (Foto: Fabrice Coffrini) |
A
estreia do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), no Fórum Econômico
Mundial, em Davos, na Suíça, foi a primeira possibilidade de diálogo com
diversos líderes da economia global. O discurso do presidente, no entanto,
dividiu a opinião de especialistas, mas sinalizou para a abertura econômica e a
busca de investimentos para o País.
Por
um lado, Bolsonaro apontou para um caminho de cumprimento ao que vinha
prometendo durante campanha. Por outro, foi considerado superficial ao defender
o que chamou de "novo Brasil". Foram apenas seis dos 30 minutos
disponíveis para explanação.
No
que diz repeito à pauta econômica, Bolsonaro falou sobre estimular o empreendedorismo.
"Vamos diminuir a carga tributária, simplificar as normas, facilitando a
vida de quem deseja produzir, empreender, investir e gerar empregos.
Trabalharemos pela estabilidade macroeconômica, respeitando os contratos,
privatizando e equilibrando as contas públicas", citou antes de afirmar,
sem dar detalhes, que colocará "no ranking dos 50 melhores países para se
fazer negócios". Ainda mencionou as reformas, mas sequer abrangeu a
Previdência de forma específica.
Para
Pio Penna Filho, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de
Brasília (UNB), o discurso foi superficial e voltou atrás em questões
anteriormente estabelecidas como a ambiental. Conforme ele, isso causa
incerteza e desconfiança para comunidades internacionais.
Apesar
de concordar com a falta de densidade, o economista Alcântara Macedo considera
que foram minutos de um "discurso muito bem concatenado, com palavras bem
postas, sem muitos adjetivos". "Ele falou nitidamente de um governo
liberal, uma realidade de abertura da economia para o mercado internacional, ao
mesmo tempo em que colocou a agenda de privatizações e a
desburocratização".
O
também economista Henrique Marinho considera que as pautas levantadas no
discurso sinalizam para a política econômica liberal anunciada durante a
campanha. Ele critica o que chama de incoerência de Bolsonaro ao falar sobre
abertura econômica para todos os países, mas criticar as políticas de esquerda
e sinalizar diálogo com países de visões mais à direita como Itália, Polônia,
República Tcheca e Japão.
Osmar
de Sá Ponte, cientista político, avaliou o discurso de Bolsonaro como "uma
grande perda de oportunidade". "O governo poderia sair desse encontro
com várias agendas marcadas, um presidente absolutamente liderando uma tração
do capital internacional para o Brasil, uma alento para um fim da recessão que
o Brasil atravessa, com possibilidade de emprego e resgate do crescimento
econômico, que é o que o setor empresarial quer. Perdeu uma grande oportunidade
de mostrar a que veio, qual o programa que defende, não de forma genérica,
ideológica, mas num sentido programático".
Também
foram a Davos o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gustavo Bebiano,
Paulo Guedes (Economia), Sergio Moro (Justiça), Ernesto Araújo (Relações
Exteriores) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).
Principais frases de Bolsonaro em Davos:
CRISE.
"Assumi o Brasil em uma profunda crise ética, moral e econômica. Temos o
compromisso de mudar nossa história".
MINISTÉRIO.
"Pela primeira vez no Brasil um presidente montou uma equipe de ministros
qualificados. Honrando o compromisso de campanha, não aceitando ingerências
político-partidárias".
REFORMAS.
"Gozamos de credibilidade para fazer as reformas de que precisamos e que o
mundo espera de nós".
ABERTURA
ECONÔMICA. "Vamos diminuir a carga tributária, simplificar as normas,
facilitando a vida de quem deseja produzir, empreender, investir e gerar
empregos. Trabalharemos pela estabilidade macroeconômica respeitando os
contratos, privatizando e equilibrando as contas públicas".
MEIO
AMBIENTE. "Somos o país que mais preserva o meio ambiente. (...) Nossa
missão agora é avançar na compatibilização entre a preservação do meio ambiente
e da biodiversidade com o necessário desenvolvimento econômico, lembrando que
são interdependentes e indissociáveis".
Com
informações portal O Povo Online
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