Em entrevista a Florestan Fernandes Júnior, no El País, o pedetista disse ainda que: “É uma questão de decência que Bolsonaro esclareça o caso Queiroz” (imagem capturada do vídeo) |
Em
entrevista ao jornalista Florestan Fernandes Junior, divulgada na noite deste
domingo (06/07) no site do jornal El País, Ciro Gomes (PDT) disse que o
discurso de posse de Jair Bolsonaro (PSL) foi um “arroubo de palanque que parte
da premissa da ignorância do povo”.
“O
inquietante é que ele falou isso no discurso de posse, que costuma ser
projetado para a história. Não era para ser um arroubo de palanque, mas o que
ele repete é um arroubo de palanque que parte da premissa da ignorância do
povo. Ele supõe que o povo é burro, incapaz de saber o que é socialismo”, disse
Ciro, ressaltando que o discurso mostra o conservadorismo do capitão da
reserva.
“Ao
afirmar isso, esconjura na palavra socialismo todo o ranço conservador, que tem
dois planos: conservadorismo de costumes e conservadorismo econômico. É uma
tragédia, porque significa que o camarada, ao iniciar o Governo, anuncia que
vai permanecer no palanque. Fica dizendo bobagens superficiais e se afirma num
antipetismo também superficial”.
Na
entrevista, Ciro afirmou que a oposição precisa colocar em pauta temas que
sejam relevantes para o País, como a questão do emprego – que não foi sequer
citada por Bolsonaro no discurso de posse.
“Seria
um grave erro a gente aceitar a provocação do Bolsonaro de discutir
identitarismos. A esmagadora maioria do povo brasileiro, que é pobre, está
desempregada, assustada com a violência, maltratada na rede de saúde… Essa
gente tende a entender nossas razões se estas razões forem discutidas. Mas se a
gente for discutir “kit gay”… não que o assunto não mereça discussão. Estou só
dizendo que o Bolsonaro não pode escolher o campo de batalha”, disse.
O
pedetista disse ainda que aceitaria uma aliança com o PT, caso seja colocado
como nova liderança da oposição. “Acho que sim. Nosso inimigo não é o PT.
Agora, nós precisamos não nos comprometer. Estou falando sob o ponto de vista
histórico”.
Moro
e corrupção
Ciro
ainda teceu críticas ao discurso “anti-corrupção” de Bolsonaro – que “já
malversou verba do seu gabinete” – e chamou o ministro da Segurança Pública,
Sérgio Moro, de “exibicionista”.
“É
imperativo, especialmente para quem assentou na sua identidade o moralismo e
que tem a presença simbólica do (Sérgio) Moro, um juiz exibicionista, chibata
moral da nação. E tem coisas práticas: Bolsonaro, como deputado, já malversou
verba do seu gabinete”.
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Para
Ciro, Moro está obrigado a esclarecer o esquema laranja, que envolve o
ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL/RJ) na Assembleia Legislativa do Rio de
Janeiro (Alerj), Fabrício Queiroz, “uma notícia crime em potencial”.
“O
caso do Queiroz, agora, trata-se de uma notícia crime em potencial. É uma
questão de moral e de decência esclarecer isso. Até porque esta foi a pedra
angular da campanha que deu ao Bolsonaro o mandato como presidente. Se
Bolsonaro emprestou dinheiro ao tal Queiroz, cadê o cheque? Que dia foi? Essa
foi uma nova operação Uruguai como a do Collor? Foi antes ou depois do
escândalo, para tentar cobrir o episódio? Se foi um empréstimo, de onde saiu o
dinheiro do Bolsonaro para emprestar? São coisas concretas relativas ao
presidente. Sérgio Moro está obrigado a esclarecer isso à nação brasileira”.
Com informações portal Revista Fórum
Com informações portal Revista Fórum
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