Onyx Lorenzoni disse que Bolsonaro teve a "sensibilidade" de não extinguir certas pastas (Foto: Valter Campanato) |
O
governo de Jair Bolsonaro terá 22 ministérios (sete a mais do que o prometido
na campanha) e uma Casa Civil com novo desenho. A pasta fará a articulação
política e contará com duas novas secretarias para atender demandas da Câmara e
do Senado. A nova estrutura do governo foi apresentada ontem pelo futuro
ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que disse que terá o papel de
coordenar todos os ministérios.
O
esboço contraria a costura que vinha sendo feita para que o vice-presidente
eleito, Hamilton Mourão, e o também general da reserva Carlos Alberto dos
Santos Cruz, novo ministro da Secretaria de Governo, tivessem mais atribuições.
Eles haviam sido cogitados para gerenciar as demais pastas e cuidar de parte
das negociações com os parlamentares.
Em
entrevista na sede do governo de transição, Onyx afirmou que Bolsonaro teve
"sensibilidade" de não extinguir certas pastas, citando a dos
Direitos Humanos. A manutenção do ministério teria partido de um pedido da
senadora eleita Mara Gabrilli (PSDB-SP).
Já
a decisão de não fundir Agricultura e Meio Ambiente foi imposição, segundo ele,
de negociações comerciais do agronegócio. Os titulares de Direitos Humanos e
Meio Ambiente ainda não foram anunciados por Bolsonaro.
Diante
de perguntas sobre isolamento de Mourão no organograma, Onyx rebateu. "O
general Mourão terá liberdade e autonomia para contribuir, mas ele tem de ficar
plenamente disponível para substituir o presidente. Funções executivas são
complexas."
A
decisão de concentrar poderes nas mãos de Onyx foi criticada por integrantes da
área militar, que dizem não acreditar que o futuro ministro da Casa Civil terá
condições de exercer ao mesmo tempo a coordenação do governo e a articulação
política. Um dos militares da transição disse ao Estado que, para ter certeza
de como vão ficar as atribuições no Planalto, seria melhor esperar Bolsonaro
chegar a Brasília nesta terça-feira (04/12).
Onyx
e o núcleo militar têm disputado espaço no governo. Nas últimas semanas, a
escolha de sete ministros oriundos do setor militar, incluindo as pastas de
Infraestrutura e de Minas e Energia, foi entendida como hegemonia dos generais.
Isso
ficou mais claro quando Bolsonaro comentou, em entrevista, que Santos Cruz
teria função também de articular com o Congresso. Pelo desenho mostrado por
Onyx, no entanto, o general responderá pelo Programa de Parcerias de
Investimentos (PPI), Defesa Civil e relação com os Estados.
Além
de Onyx e Santos Cruz, despacharão no Planalto os futuros ministros Gustavo
Bebianno (Secretaria-Geral) e o general reformado Augusto Heleno (Gabinete de
Segurança Institucional). Conselheiro pessoal do presidente eleito, Heleno será
responsável pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A presença dele é
certa no núcleo duro do governo, grupo que trabalha mais perto do presidente.
Já
Bebianno terá sob seu comando as secretarias de Assuntos Estratégicos e a de
Comunicação - que cuidará da publicidade do governo e de parte do setor de
imprensa. A imagem de Bolsonaro e os assuntos ligados diretamente ao presidente
eleito serão de responsabilidade de uma Assessoria Especial de Comunicação. A equipe ainda avalia a nomeação
de um porta-voz. Os demais 18 ministros atuarão nos prédios da Esplanada.
Com
informações portal O Povo Online
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