Natural
do sítio Caboclo, em Crato, a senhora Maria Joana da
Conceição, 98, mora desde a década de 1960 em Altaneira. Talvez você a
conheça melhor como Dona Baiá, a dona do poço de água sem fim.
Sabendo da origem de água no chão, Baiá pediu para a filha cavar no
quintal de casa um poço d'água. Na época, água era difícil de se encontrar e ter a facilidade da água encanada era um sonho.
De tanto querer, o chão deu a Baiá água tão cristalina
que toda a cidade buscava ali, em baldes e garrafas, o que beber.
Ela lembra que a escavação não foi de agrado de todos, mas todos gostaram depois.
Um
dia, enquanto a filha cavava, o prefeito mandou parar a obra por temer
que alguém "fizesse uma arte" no poço. "Se alguém cair e fizer uma arte
tá feito. Todo mundo tá vendo que ela tá cavando", teria dito Baiá. E
ainda mais: "O único homem que tenho é a mulher, minha filha, e a mulher
é esperta".
O poço em seu quintal (Foto: Alana Soares) |
Até
a data de hoje, Dona Baiá desfruta da água sem fim do poço. Tão
confiante é em seu poço encantado que a senhora e família não se
preocuparam em instalar rede de água em casa. Muito menos torneira na
pia. Já baldes e baldes de água do poço não faltam próximo à cozinha.
Ela
conta que nunca faltou água no poço porque ele deveria servir para
todos que precisassem. Baiá não tem casarão ou fortuna. Rica de vida e
espírito, talvez seja a água e o espírito de cidadania que mantenham a
senhora de 98 anos com tamanha vitalidade.
Ainda hoje sem torneira em casa (Foto: Alana Maria) |
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