O
senador eleito Cid Gomes (PDT) voltou a criticar o PT. Em entrevista à rádio
CBN na manhã de ontem (04/14), o ex-governador do Ceará caracterizou o PT como
"um partido ensimesmado", que trata o Brasil como
"acessório". "Para eles, o Brasil não está em primeiro lugar.
(...) Infelizmente o PT parece que basta por si próprio", julga Cid.
As
críticas aos petistas têm sido frequentes por parte dos irmãos Ferreira Gomes
desde o 2º turno das eleições presidenciais. Com a vitória de Jair Bolsonaro
(PSL), as lideranças pedetistas começaram a sinalizar um isolamento da legenda
petista.
Segundo
Cid, o problema seria o tipo de oposição pretendida. "O PT continua na
postura do quanto pior melhor. Isso tem sido as manifestações de todas as suas
lideranças: uma oposição ao Governo Bolsonaro qualquer que seja a
iniciativa", explica. "Nós somos, de partida, um partido de oposição,
mas teremos o cuidado, o zelo, a preocupação com o País de analisar as
propostas que venham do Executivo", contrapõe.
Cid
tem articulado bloco de oposição no Senado, que já conta com a adesão de
parlamentares da Rede, PSD, PPS e PRP, além do PDT. A possibilidade de aliança
com o PT, contudo, é mínima. "Penso que o sentido de todos nós militarmos
na política é pensar no País, e o PT acho que, antes de pensar no Brasil, pensa
neles mesmos. Por esse comportamento, estão condenados a ser um gueto pelo
menos por um bom período da história futura do País", projeta.
"Um
partido que teve 31 milhões de votos no 1º turno e que no 2º turno, com seus
aliados, conseguiu 47 milhões de votos, jamais será um partido do gueto",
replica o deputado federal José Guimarães (PT). "Foi esse partido, que o
Cid critica tanto, que foi decisivo para a eleição dele em 2006 para governador
do Ceará", alfineta Guimarães.
Contudo,
segundo ele, o PT prossegue em "um esforço para dialogar" com
diferentes siglas, inclusive o PDT. "Nós vamos continuar a mesma luta para
juntar PT, PDT, PSB, PCdoB e Psol aqui na Câmara. (...) Não vamos arredar o pé
desta construção, que é necessária para o País". Ele cita ainda reunião
com o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, e a presidente nacional do PT,
Gleisi Hoffmann, na semana passada.
Lupi
confirma. "Conversa sempre vai ter. Agora bloco, aliança formal não, nunca
discuti isso com ele", explica, ressaltando que não há nenhuma intenção de
isolar o PT. Sobre uma possível reaproximação dos dois partidos, Lupi
questiona: "Não teve casamento, como é que vai ter divórcio?".
Para
Guimarães, as críticas ao PT são uma maneira de adiantar a disputa de 2022, o
que adjetiva como "burrice política". "A esquerda dividida
comete um profundo erro político e estratégico do ponto de vista
democrático", aponta.
Com
informações portal O Povo Online
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