Camilo reuniu o secretariado na residência oficial (Foto: Mauri Melo) |
A
poucos dias do recesso parlamentar, o governador Camilo Santana (PT) enviou à
Assembleia Legislativa (AL-CE) mensagem que prevê "uma das reformas mais
profundas" das últimas três décadas, segundo estimou o secretário do
Planejamento e Gestão do Estado, Maia Jr. A informação foi antecipada pelo Blog
do Eliomar.
Ao
todo, o governo quer extinguir seis pastas das 27 existentes e eliminar 997
cargos comissionados, apenas três a menos do que o sugerido pelo estudo
encomendado a uma consultoria e que serviu de base para o corte adotado por
Camilo. A economia planejada será de R$ 27 milhões por ano para os cofres do
Ceará.
Em
nota divulgada nas redes sociais, o petista afirmou que a "intenção é
realizar uma integração maior entre os vários setores do governo para, com
isso, fortalecer as políticas públicas e melhorar os serviços prestados aos
cidadãos cearenses".
Antes
da divulgação da reforma, ainda em 20 de novembro, o governador já havia dito,
em entrevista à Rádio O POVO/CBN Cariri, que estava se "preparando para o
pior cenário", referindo-se à eleição de Jair Bolsonaro (PSL) para a
Presidência da República.
Das
mudanças, o chefe da Casa Civil, Nelson Martins, destaca o fortalecimento de
duas áreas: Desenvolvimento Econômico e Proteção Social - para a qual vão
convergir os recursos do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecop). De acordo
com ele, o princípio da reforma foi "tentar juntar atividades ou funções
semelhantes" e "potencializar áreas importantes".
Maia
Jr. acrescenta outra área prioritária para o segundo governo de Camilo: a
Secretaria da Administração Penitenciária, cuja tarefa será reestruturar toda a
rede de presídios do Estado, inclusive "coibindo esses movimentos de
facções" a fim de dar segurança, explica.
"A
estrutura de governo é um arranjo em consonância com as diretrizes do gestor e
dos cenários que cada um tem que montar para atingir seus objetivos e
prioridades", diz o titular da Seplag.
Para
ele, o eixo dessa engenharia administrativa foi adequar a máquina e seus
serviços "aos anseios das demandas da população", mantendo uma
estrutura ágil e eficiente. "Estamos querendo transformar o Ceará num
estado digital, um estado 'tech', pra melhorar o atendimento das pessoas que
precisam de governo."
Embora
drástica, a reforma passa longe da proposta finalizada na madrugada de ontem
por técnicos do governo, em reunião no Palácio da Abolição, e entregue à
análise de Camilo.
Maia
Jr. admite, por exemplo, que o modelo elaborado aconselhava extinguir até 13
pastas, restando ainda 14. "Nós, técnicos, somos mais ousados. Na minha
vida, aprendi que é preciso fazer a recomendação técnica e de menor custo, mas
a dose política no serviço público é o governador que tem que dar",
afirma.
Foi
aí que, nas palavras do secretário, "entrou o tempero" do chefe do
Executivo, que "fez alguns ajustes, não muito diferentes do que a gente
estava propondo". O estudo partia de "14 ou 15 (secretarias) para
ficar com talvez 17, mas fomos pra mesa e chegamos com 21", avalia.
"O
estudo que foi feito era drástico e propunha uma redução mais forte",
pondera Nelson Martins. "Analisamos e entendemos que a maneira como foi
feita era a melhor forma."
O
secretário do Planejamento, no entanto, minimiza o número inferior de cortes nas
pastas. "A boa reforma é a possível. O simbólico não é o reducionismo, e
sim a eficiência."
Segundo
Maia Jr., titular da Seplag, a reforma administrativa se baseia em três
pilares: valorizar, qualificar e buscar a excelência do serviço público; a
tecnologia; e, finalmente, a engenharia de processos.
Com
informações portal O Povo Online
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