O
PDT estreitou ainda mais as articulações com PSB e PCdoB para compor bloco
único de oposição no Congresso sem a participação do PT.
Deputado
federal reeleito e presidente estadual da legenda no Ceará, André
Figueiredo afirmou que a intenção é criar uma frente de 70 parlamentares: 29 do
PDT, 32 do PSB e nove do PCdoB.
"Nós
respeitamos os resultados das urnas, mas queremos um modelo de oposição
diferenciado", disse o deputado em entrevista ao jornal O POVO.
Figueiredo
se refere à declaração recente do também deputado federal José Guimarães (PT),
que, em conversa com jornal O POVO, afirmou que "as urnas delegaram a
Fernando Haddad o papel de líder" da oposição.
Essa
função, todavia, vem sendo contestada por siglas de centro-esquerda. O
pedetista afirma que o objetivo dos três partidos é constituir um núcleo sólido
na Câmara e Senado que possa se contrapor à agenda do presidente eleito Jair
Bolsonaro (PSL), cujo carro-chefe é a reforma da Previdência e o projeto "Escola
sem Partido".
Questionado
se essa nova oposição encabeçada pelo PDT teria espaço também para o PSDB,
Figueiredo afirmou que, "dentro da perspectiva de atuação conjunta, é
pouco provável que o PSDB esteja conosco".
O
deputado, porém, não descarta a participação de outras agremiações: "A
depender da pauta, (PSDB) poderá ser um parceiro, como o PT será e
eventualmente algum outro, como PV e PPS".
Colega
de bancada de Figueiredo na Câmara, o deputado mineiro Júlio Delgado (PSB-MG)
informou que, embora a conversa com PDT e PCdoB "seja ainda
embrionária", as três siglas estão tentando encontrar "pontos de
convergência" para robustecer a oposição a Bolsonaro.
"Esse
bloco não pretende fazer uma oposição sistêmica, reivindicando um terceiro turno",
respondeu o parlamentar ao jornal O POVO.
"É
uma frente em torno de assuntos que convergem para uma pauta na qual não há
espaço para terceiro turno ou caixa 2 de WhatsApp", afirmou, numa crítica
indireta ao PT.
A
suposta compra de disparo de informações pelo WhatsApp foi denunciada pelo
jornal Folha de S. Paulo na semana que antecedeu o segundo turno das eleições
entre Bolsonaro e Fernando Haddad, do PT.
"Essa
não é uma pauta para a gente", acrescentou Delgado, para quem o PT,
passada a votação, ainda permanece com "pretensões hegemônicas".
Em
entrevista à Rádio O POVO/CBN ontem (31/10), o ex-presidenciável Ciro
Gomes voltou a acusar o PT de cometer fraude eleitoral.
"Tentei
avisar um milhão de vezes da irresponsabilidade da cúpula do PT ao conduzir
esse processo de disputa", falou o ex-ministro. "O PT abusou da
fraude em todos os caminhos. Foi o partido que encaminhou essa fraude, que deu
no Bolsonaro."
Pelas
redes sociais, a presidente da sigla, deputada federal eleita Gleisi Hoffmann,
lamentou que "Ciro Gomes esteja tão irritado com seu resultado eleitoral
insatisfatório".
A
petista prosseguiu: "Mas entendemos suas dores e somos solidários. O que
importa é a unidade contra o fascismo e o ataque aos direitos do povo. Nisso
estaremos juntos!".
Perguntado
sobre a tarefa de Ciro à frente desse bloco de oposição, Figueiredo falou que o
ex-candidato, terceiro colocado na disputa presidencial, "sai fortalecido
nesse processo".
"O
Ciro tem um papel de mostrar um contraponto que vem do governo Bolsonaro e
apontar caminhos que possam ser diferentes", completou.
"Ele
vai mostrar aos brasileiros que não votaram nele que há uma saída para esse
Brasil dividido entre petismo e antipetismo", finalizou André.
Com
informações portal O Povo Online
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