A Bancada da Bala, liderada por um dos filhos do futuro presidente, exibe rindo a sua intenção (Foto: Alex Andre Knoploch) |
Grande
parte dos eleitores votou, em 8 de outubro, contra Jair Bolsonaro. Ele venceu
no segundo turno. Poucos brasileiros, os que ganharam e os que perderam, talvez
desconheçam o perfil humano do próximo presidente. Pessoa quase desalmada. A
cada dia todos vão conhecê-lo melhor.
É
um político de extrema-direita. Que seja. Sobre ele, o que importa neste caso,
é uma marca assustadora. Bolsonaro é implacavelmente violento. A bandeira dele,
por exemplo, será certamente a de impor mais violência para enfrentar a
violência. Para isto propõe a liberação da compra de armas de fogo pelos
cidadãos. Um faroeste brasileiro.
Eis
um exemplo: os deputados eleitos pelo PSL para a Assembleia do Rio de Janeiro
posaram todos eles armados de fuzil imaginário. No centro, de pé, Flávio
Bolsonaro, eleito para o Senado.
Jair
Bolsonaro, como o perigoso que é, assume a violência contra as mulheres, LGBTs
e, além de outros, os negros. Por várias vezes se comprometeu em apoiar a
tortura. Esta, uma velha conhecida de priscas eras, para amansar os
desprotegidos.
Em
rede de tevê, antes de se tornar presidente, provocado a falar dos gays e
transgêneros, sustentou que, nestes casos, teria faltado a autoridade dos pais.
Explicou assim no seu próprio caso: “Se eu, pai, percebesse aquele jeitinho,
daria alguns tapas e a coisa acabaria”, garantiu majestoso.
O
próximo presidente brasileiro dissemina o ódio. No domingo, 4, o atacante Diego
Souza, do São Paulo, após fazer um gol, comemorou batendo continência e, em
seguida, apontando o fuzil para baixo, para imitar o gesto criado por
Bolsonaro.
Pouco
antes, Wilson Witzel, prefeito eleito do Rio de Janeiro, fã e aliado político
de Bolsonaro, propôs uma espécie de solução final para a violência na cidade:
“O correto é matar o bandido que está de fuzil. A polícia vai fazer o correto.
Vai mirar na cabecinha e... fogo! Para não ter erro”.
Publicado
originalmente no portal Carta Capital
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