A
Defensoria Pública da União (DPU) ajuizou ação civil pública (ACP) em que pede
à União a manutenção das atuais regras do programa Mais Médicos e a abertura
deste a profissionais estrangeiros de qualquer nacionalidade. O objetivo,
segundo a própria defensoria, é garantir a continuidade dos serviços prestados
à população.
“O
pedido de tutela de urgência em caráter antecedente à ACP visa evitar que ‘a
população atendida seja prejudicada com a saída abrupta de milhares de médicos
sem que a União previamente promova medidas efetivas de modo a repor
imediatamente o quantitativo de médicos que estão em vias de deixar o
programa’”, informou o órgão, por meio de nota.
A
Defensoria Pública da União alega que qualquer mudança – incluindo a não
necessidade de submissão ao Revalida – deve estar condicionada à realização de
prévio estudo de impacto e comprovação da eficácia imediata de medidas
compensatórias que assegurem a plena continuidade dos serviços.
O
Revalida reconhece os diplomas de médicos que se formaram no exterior e querem
trabalhar no Brasil. O exame é feito tanto por estrangeiros formados em
medicina fora do Brasil, quanto por brasileiros que se graduaram em outro país
e querem exercer a profissão em sua terra natal.
Direito
fundamental
Em
seus argumentos, a ação destaca que a assistência à saúde, por meio do Sistema
Único de Saúde (SUS), é direito fundamental de todos, sendo a União responsável
pela prestação dos serviços.
Na
ação, a DPU cita ainda que, no julgamento da Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI) nº. 5035, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou
a constitucionalidade do programa da forma como foi preconizado.
Assistência
Ainda
de acordo com a ACP, os profissionais cubanos representam, atualmente, mais da
metade dos médicos do programa. A rescisão repentina dos contratos, segundo a
defensoria, impactará de forma negativa com o desatendimento de mais de 29
milhões de brasileiros – cenário citado como “desastroso” para, pelo menos,
3.243 municípios.
Dados
da DPU indicam que, das 5.570 cidades brasileiras, 3.228 (79,5%) só têm médico
pelo programa, enquanto 90% dos atendimentos da população indígena no país são
feitos por profissionais cubanos.
Nova
seleção
O
Ministério da Saúde informou que fará ainda neste mês a seleção para contratar
profissionais brasileiros em substituição aos cubanos que fazem parte do Mais
Médicos.
A
pasta finalizou ontem (16) a proposta de edital para preencher 8.332 vagas
deixadas pelos cubanos. A expectativa é que os médicos brasileiros selecionados
nesta nova etapa comecem a trabalhar nos municípios imediatamente após a
seleção.
Rompimento
O
acordo com o governo brasileiro foi rompido quarta-feira passada (14) pelas
autoridades cubanas, que não concordaram com a exigência do Revalida como
requisito para a participação de profissionais cubanos no programa Mais
Médicos. A medida foi anunciada pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, que
também quer que os profissionais cubanos recebam integralmente o salário e
tenham permissão de trazer a família para o Brasil.
No
mesmo dia, o Ministério de Saúde Pública de Cuba anunciou a retirada de seus
profissionais do programa no Brasil por divergir de exigências feitas pelo
futuro presidente e também em decorrência de críticas feitas por ele aos
médicos cubanos.
Com
informações portal Agência Brasil
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