O
presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Glademir Aroldi,
divulgou ontem (15/11) nota na qual ressalta a preocupação dos prefeitos das
cidades com menos de 20 mil habitantes com a saída dos 8,5 mil profissionais
cubanos que atuam no programa Mais Médicos. A entidade alerta que é preciso
substituí-los sob o risco de mais de 28 milhões de pessoas ficarem
desassistidas.
“A
presente situação é de extrema preocupação, podendo levar a estado de
calamidade pública, e exige superação em curto prazo”, diz a nota. “Acreditamos
que o governo federal e o de transição encontrarão as condições adequadas para
a manutenção do programa.”
O
Ministério de Saúde Pública de Cuba informou na ultima quinta-feira (14) que retiraria os
profissionais do programa no Brasil por divergir das exigências feitas pelo
governo do presidente eleito Jair Bolsonaro e em decorrência das críticas
mencionadas por ele. Para o governo Bolsonaro, os médicos cubanos devem se
submeter ao Revalida – prova que verifica conhecimentos específicos na área médica.
Ontem,
o presidente eleito levantou dúvidas sobre a capacidade profissional dos
cubanos e anunciou o rompimento do acordo com Cuba no Mais Médicos. No entanto,
assegurou que o programa será mantido e que as vagas ocupadas por cubanos serão
substituídas.
Na
nota, a CNM apelou para a ampliação do programa para municípios e regiões que
“ainda apresentam a ausência e a dificuldade de fixação do profissional
médico”. Segundo a entidade, um estudo apontou que o gasto com o setor de saúde
sofreu uma defasagem de 42% na última década, o que sobrecarregou os cofres
municipais.
Ainda
de acordo com a confederação, os municípios, que deveriam investir 15% dos
recursos no setor, ultrapassam, em alguns casos, a marca de 32% do seu
orçamento, não tendo condições de assumir novas despesas. Para a CNM, o caminho
é de negociação e diálogo.
O
Conselho Federal de Medicina (CFM) também manifestou-se sobre a questão. Em
comunicado, a entidade assegurou que existem profissionais brasileiros em
número suficiente para substituírem os cubanos.
Com
informações portal Agência Brasil
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