O senador eleito Eduardo Girão é apontado como um elo entre o presidente eleito e as lideranças cearenses (Foto: Divulgação) |
Ao
passo que a maioria dos eleitores brasileiros define o próximo chefe do
Executivo nacional, um novo cenário político é desenhado no Ceará. Lideranças
cearenses alinhadas a Bolsonaro (PSL) são contagiadas pela força do vencedor,
ganhando papel de destaque na busca de espaço para a região entre as
prioridades do Governo Federal.
Após
longos períodos de alinhamento entre governos do Ceará e presidentes da
república, o início da segunda gestão de Camilo Santana (PT) no executivo
estadual será marcado pela posse de um presidente que faz oposição direta ao
petismo.
No
cenário desenhado pelos resultados destas eleições, a necessidade de
interlocutores entre tais forças antagônicas surge como um dos principais
desafios para o Ceará. Expoentes locais do partido de Bolsonaro, como o
presidente estadual do PSL e deputado federal eleito Heitor Freire; além de
apoiadores do presidente eleito, como o senador eleito Eduardo Girão (PROS) e o
deputado federal eleito Capitão Wagner (Pros), ganham destaque.
São
nomes que podem assumir papel de mediadores entre governos do Estado e Federal,
mas são também oposição fortalecida, cotada inclusive para disputar comando das
gestões municipais e estaduais nos próximos anos.
Heitor
Freire afirma que um dos objetivos do partido é fortalecer presença local nos
próximos anos.
"Nós temos que ocupar os espaços. CAs, DCEs, sindicatos,
prefeituras. A partir de janeiro de 2019, vamos fortalecer nossas bases em todo
o Estado. Vou liderar essa oposição aqui no Ceará a Camilo Santana",
afirma, considerando, inclusive, a possibilidade de candidatura própria à
prefeitura em 2020. "Eu sigo ordens de Jair Bolsonaro, se ele me der essa
ordem, serei sim (candidato a prefeito)."
Apesar
dos antagonismos enfáticos, o discurso de priorização do Estado e das
necessidades do povo ante às dissidências partidárias sobressai. "Não
importa se o governador é um esquerdista, porque eu não gosto dele, deixo isso
claro, mas nós iremos governar para o povo brasileiro e para todos os
cearenses. O que for bom para o povo cearense, nós vamos trabalhar".
Capitão
Wagner (Pros), deputado federal mais votado do Ceará e um dos principais
opositores do governo estadual, considera que a interligação entre o Ceará e
Executivo nacional vai "mudar de mãos" a partir de 2019, e aponta os
nomes que devem conseguir estabelecer diálogos para lutar pelas demandas do
Ceará durante a gestão de Bolsonaro.
"Eu
acredito que o Eduardo Girão será o link entre o Estado e o presidente da
república no Senado. Na Câmara dos deputados a gente tem o Heitor Freire, que é
presidente do PSL e coordenador da campanha aqui no Estado", diz.
Considerando a função de mediador, Freire pontua alguns dos interesses do
Estado que devem ser priorizados na relação com o governo Federal.
"Nós
não vamos criar nenhum elefante branco, nós vamos concluir a transposição do
rio São Francisco, cinturão das águas, trazer e fortalecer a polícia do Estado,
resolver o problema da segurança pública, trazer investimentos pro Ceará".
Ao
traçar o novo cenário, Wagner se posiciona ao lado de Freire como uma presença
capaz de trabalhar por pautas do Ceará no Congresso. "Eu acredito que vou
ajudar o Heitor nessa interlocução, para que a gente possa conseguir os
recursos necessários para a continuidade das obras hídricas, para a continuidade
dos investimentos aqui no Estado", afirma.
Eleito
senador no Ceará pelo mesmo partido de Wagner, Girão (Pros) declara que fará
uma "oposição responsável" aos líderes do governo estadual e se
apropria do papel de mediador. "O que nos une é maior do que o que nos
separa. Nós temos algumas divergências, mas as convergências são maiores.
Nós
vamos usar o diálogo para o estado do Ceará ser beneficiado. A gente vai fazer
essas reivindicações para o bem dos cearenses", promete. Mas cobra
posturas de Camilo que, segundo ele, facilitariam essa interlocução: "O
Ceará vai precisar tomar caminhos que busquem uma gestão mais eficiente. Eu
acredito que ele precise mostrar também uma boa vontade nesse aspecto e procurar ter uma máquina administrativa mais
enxuta e mais eficiente".
Já
Wagner salienta a necessidade de vencer as diferenças e diz que fará uma
oposição "independente", aliada a Bolsonaro, apenas no que considera
que beneficie a população.
"No pós-eleição a questão partidária tem que
ficar em segundo plano. A principal missão nesse primeiro momento do
pós-eleição é os vencedores não tripudiarem em cima dos derrotados. O derrotado
vai para a oposição, foi assim que a população quis, mas a gente que está
vencendo tem que ter humildade, porque o país passa por uma crise econômica e
política e vai ser nossa missão tirá-lo disso", conclui.
Com
informações portal O Povo Online
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