Bandeira antifascismo é colocada na UFF (Foto: Reprodução Facebook) |
Reitores
repudiam, em nota, ações de agentes da Justiça Eleitoral. O posicionamento foi
divulgado ontem (26/10), após a divulgação de uma série de ações policiais e de
fiscais eleitorais em diversas universidades públicas do país.
"Como
todos os cidadãos, os membros da comunidade universitária têm o direito
constitucional de promover debates, elaborar análises e de se manifestarem
politicamente", diz nota divulga pela Associação Nacional dos Dirigentes
das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).
Segundo
a entidade, em nome da fiscalização da propaganda eleitoral indevida, alinhada
a partidos e candidatos nas instituições públicas, agentes da Justiça Eleitoral
"almejam censurar a liberdade de expressão de estudantes, técnicos e
professores das universidades públicas federais".
"As
universidades públicas seguirão exercendo o preceito constitucional da
Autonomia Universitária, fundamento da liberdade de cátedra, para fomentar a
ciência, a tecnologia, a cultura e a arte necessárias ao desenvolvimento social
do país", diz a Andifes, que acrescenta que o Poder Judiciário jamais pode
ensejar medidas abusivas e inconstitucionais.
As
ações foram determinadas pela Justiça Eleitoral. Entre as justificativas está a
resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que determina que não será
tolerada “propaganda, respondendo o infrator pelo emprego de processo de
propaganda vedada e, se for o caso, pelo abuso de poder” e também na proibição
de se fazer propaganda eleitoral em órgãos públicos.
Segundo
o Colégio de Presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), essas ações
não foram orquestradas e são comuns nesse período, véspera do segundo turno
eleitoral, que ocorre neste domingo (28). A entidade diz ainda que houve ações
semelhantes em outros órgãos públicos municipais, estaduais e federais em todo
o país.
As
medidas foram repudiadas por entidades educacionais, pela Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro e pela Procuradoria Federal dos Direitos do
Cidadão do Ministério Público Federal (MPF). Para a Defensoria Pública da União
(DPU), os debates sobre o quadro eleitoral vigente nas universidades não
constituem propaganda.
Em
nota, o Ministério da Educação disse que as universidades são autônomas e
respondem a todos os órgãos de fiscalização e controle como qualquer outro
órgão federal e, por isso, possuem consultoria juridica própria. "Desta
forma, o MEC não tem como comentar algo que compete a gestão das universidades
e que recebe atuação de outros órgãos fiscalizadores também autônomos",
informou o MEC.
A
Faculdade de Comunicação (FAC) da Universidade de Brasília também divulgou uma
nota ontem defendendo a liberdade de expressão e a tolerância. A FAC e se
une ao Conselho Universitário da UnB na defesa da democracia e da garantia dos
direitos constitucionais e lembra a memória institucional da repressão militar
ocorrida entre 1964 e 1985, quando professores foram demitidos, exilados ou
perseguidos, assim como estudantes e técnicos dentro do próprio campus
universitário.
A
FAC também se manifestou contra a violência a jornalistas e criticou o uso de
desinformação para influenciar votos durante a disputa eleitoral e reiterou o
compromisso da instituição com o respeito à liberdade de expressão, considerada
princípio fundamental para “assegurar os Direitos Humanos à pluralidade, à
diversidade e à justiça social, valores estes norteadores de nossa história”.
Com
informações portal Agência Brasil
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