Durante
todo o dia de ontem (22/09), a fala do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL)
continuou repercutindo. Entre os que se manifestaram, ministros do Supremo Tribunal
Federal (STF), incluindo o presidente da Corte, Dias Toffoli, além de outros
órgãos ligados à Justiça ou ao processo eleitoral.
Em
vídeo gravado no dia 10 de julho, mas que ganhou destaque neste final de
semana, o filho do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) afirma que para fechar o
STF seriam necessários apenas "um soldado e um cabo". Nessa mesma
declaração, ele diz que "o STF vai ter que pagar para ver. E aí, quando
ele pagar pra ver, vai ser ele contra nós".
Entre
as respostas ao pronunciamento do deputado federal, alguns preferiram minimizar
a afirmação, enquanto outros mostraram-se indignados e ressaltaram que o
pensamento pode representar perigo para as instituições democráticas.
Entre
as falas mais duras sobre a afirmação, está a do ministro do STF, Celso de
Mello, que a adjetivou de "inconsequente e golpista".
"Essa
declaração mostra bem o tipo (irresponsável) de parlamentar cuja atuação no
Congresso Nacional, mantida essa inaceitável visão autoritária, só comprometerá
a integridade da ordem democrática e o respeito indeclinável que se deve ter
pela supremacia da Constituição da República".
O
ministro Alexandre de Moraes ressaltou que as declarações do deputado são
"absolutamente irresponsáveis" e defendeu que a Procuradoria-Geral da
República (PGR) abra uma investigação contra o parlamentar por crime tipificado
na lei de segurança nacional.
A
PGR informou que não irá se manifestar sobre o vídeo do deputado. Sobre o
questionamento se haveria abertura de uma investigação, disse apenas que
"não antecipa posicionamentos e manifestações".
O
ministro Marco Aurélio Mello afirmou que "não se tem respeito pelas
instituições pátrias", enquanto Rosa Weber preferiu minimizar o caso e
disse apenas que os juízes "não se deixam abalar por qualquer
manifestação". Luiz Roberto Barroso disse que era o presidente do STF,
Dias Toffoli, que deveria se manifestar sobre a questão em nome da Corte, o que
aconteceu apenas no fim da tarde de ontem.
Através
de nota curta e sem citar nominalmente Eduardo Bolsonaro, Toffoli afirmou que
"não há democracia sem um poder judiciário independente e autônomo" e
que "atacar o poder judiciário é atacar a democracia", em um
posicionamento menos enfático do que o esperado.
Para
o presidente da Associação Cearense do Ministério Público, Lucas Azevedo, a
fala de Toffoli busca harmonizar a situação. "Mas nós não podemos esconder
uma grande preocupação com um pronunciamento dessa natureza. Nós temos que
deixar claro que vamos trabalhar e vamos impedir, com todas as nossas forças,
qualquer tentativa de fragilizar nossa democracia" reforçou ele.
Com
informações portal O Povo Online
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