O
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse ontem (23/10) que
nem os militares conseguiram fechar o tribunal durante o período da ditadura,
ao repercutir o vídeo no qual o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP),
filho do presidenciável Jair Bolsonaro, diz que bastariam um cabo e um soldado
para fechar o STF.
No
entendimento de Gilmar Mendes, o comentário foi impróprio e inadequado, e não
existe outro caminho para o Brasil a não ser o da democracia e o do respeito às
instituições.
“Ali
se fala que com um cabo e um soldado se fecha o tribunal. Quando se faz isso,
você já fechou algo mais importante, que é a própria Constituição. Você já
rasgou a Constituição. Para fechar tribunal, você precisa rasgar a
Constituição. Agora é bom lembrar que nem os militares [na ditadura] fecharam o
Supremo Tribunal Federal”, disse Mendes.
No
vídeo, gravado antes do primeiro turno das eleições, Eduardo Bolsonaro,
reeleito deputado federal por São Paulo, participou de uma palestra em um curso
preparatório e respondeu a um aluno que questionava se o Exército poderia agir
caso Bolsonaro fosse eleito e impedido de assumir por alguma decisão do
Supremo.
"O
pessoal até brinca lá: se quiser fechar o STF, você não manda nem um jipe,
manda um soldado e um cabo. Não é querer desmerecer o soldado e o cabo",
afirmou.
E
prosseguiu: "O que é o STF? Tira o poder da caneta de um ministro do STF,
o que ele é na rua? Se você prender um ministro do STF, vai ter uma
manifestação a favor dos ministros do STF com milhões na rua?".
Em
outro vídeo que repercutiu ontem (23/10) na internet, o deputado federal Eduardo
Bolsonaro (PSL-SP) volta a criticar a atuação do Supremo Tribunal Federal
(STF). No vídeo, que mostra uma audiência pública do dia 12 de julho deste ano
na Câmara dos Deputados, o filho do presidenciável Jair Bolsonaro defende que é
preciso “pensar fora da caixinha para derrubar a ditadura do STF”.
O
deputado declara que gostaria de mudar o nome da Suprema Corte por meio de uma
proposta de emenda constitucional. “A gente brinca que o juiz acha que tem o
rei na barriga e que o ministro da Suprema Corte tem certeza de que tem o rei
na barriga. Tem que mudar isso daí”.
Eduardo
também declara que defende a ideia de seu pai de aumentar o número de ministros
no Supremo “para equilibrar o jogo, porque com esse STF, caso o próximo
presidente venha a tomar medidas e aprovar projetos que sejam contrários ao
gosto desse Supremo Tribunal Federal, eles vão declarar inconstitucional”,
completou ao participar de audiência pública na Comissão de Ciência e
Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara.
"Aqui,
a gente não vai se dobrar a eles não. Eu quero ver é alguém reclamar quando
tiver num momento de ruptura, mais doloroso do que colocar dez ministros a mais
na Suprema Corte, se esse momento chegar, eu quero ver quem é que vai pra rua
fazer manifestação pelo STF. Quero ver quem é vai dizer “ministro x, volta,
saudades”, encerrou.
Com
informações portal Agência Brasil
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