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8 de outubro de 2018

Bolsonaro e Haddad farão segundo turno


Os presidenciáveis Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) farão o segundo turno da corrida eleitoral de 2018 no dia 28 deste mês.

Com 46,06% (48,9 milhões de votos válidos, que excluem brancos e nulos), Bolsonaro aproveitou-se de onda na reta final da campanha para ampliar vantagem sobre o adversário direto na briga. O impulso, todavia, foi insuficiente para liquidar a fatura ainda na primeira etapa o candidato precisaria de 50% dos votos mais um.

Ex-prefeito de São Paulo e substituto de Luiz Inácio Lula da Silva na chapa presidencial, Haddad obteve 29,24% (30,6 milhões de votos). O petista venceu em oito estados do Nordeste e no Pará.

 No Ceará, reduto do também candidato Ciro Gomes (PDT), Haddad ficou com 33,12%, ante 40,96 % do pedetista Ciro ainda o ultrapassaria no Rio de Janeiro, onde conseguiu 15,22% contra 14,69% do concorrente. Bolsonaro terminou com 21,75% dos votos dos cearenses e 59,79% da preferência do eleitorado fluminense.

O capitão reformado impôs-se a Haddad em 16 estados e no Distrito Federal. As votações mais expressivas do militar foram em Santa Catarina (65,82% a 15,13%) e Roraima (62,96% a 17,87%).

Já a maior vantagem de Haddad sobre o deputado federal foi registrada no Piauí (63,39% a 18,77%) e no Maranhão (61,21% a 24,33%), estados que também pavimentaram a vitória de Dilma Rousseff (PT) no segundo turno das eleições de 2014.

Considerando-se a totalidade dos votos, Bolsonaro ganhou no Sul, Sudeste e Centro-Oeste e perdeu no Nordeste a votação da região garantiu a ida do postulante petista para o segundo turno.

Essa onda "bolsonarista" produziu efeito que alavancou aliados para o Legislativo nos estados e no Congresso. O deputado federal campeão de votos foi Eduardo Bolsonaro, filho do presidenciável, eleito por São Paulo com 1,7 milhão de sufrágios.

Ao fim das apurações, o tucano Geraldo Alckmin contabilizou 4,76% dos votos. João Amoêdo, do Novo, amealhou 2,5%, à frente de Cabo Daciolo (Patriota), com 1,26%, e Henrique Meirelles (MDB), com 1,20%.

Marina Silva (Rede), cujas intenções de voto chegaram a 20% no início da briga pelo Palácio do Planalto, encerrou o primeiro turno com 1%. A ex-senadora é uma das principais derrotadas de 2018.

Alvaro Dias (Podemos) ficou com 0,8%; Guilherme Boulos (Psol), com 0,58%. Em seguida aparecem Vera (PSTU), com 0,05%, Eymael (DC), com 0,04%, e João Goulart Filho (PPL), com 0,03%.

Marina e Ciro fracassaram na tentativa de romper a polarização entre Bolsonaro e Haddad, que atravessou toda a campanha. Em entrevista nesse domingo logo depois de anunciado o resultado, ambos emitiram sinais divergentes.

Marina sugeriu uma eventual neutralidade, enquanto Ciro destacou trajetória de luta pela democracia e completou com o bordão do movimento de mulheres contra Bolsonaro: "Ele, não".

Em seu primeiro discurso, Haddad acenou para Ciro e Marina e antecipou o que deve se tornar seu trunfo para enfrentar o ex-capitão.

"Queremos unir os democratas do Brasil, os que têm atenção aos mais pobres", disse o petista, reiterando a palavra democracia. "Queremos um projeto amplo, mas que busque justiça social. Vamos para o campo com uma única arma: o argumento."

Em transmissão ao vivo pelo Facebook, Bolsonaro voltou a criticar o sistema de votação por urna eletrônica. "Se tivéssemos confiança no voto eletrônico, já teríamos o nome do futuro presidente decidido no dia de hoje (ontem)", declarou. Em seguida, o deputado afirmou que o País não pode "continuar flertando com o comunismo e o socialismo".

Houve segundo turno nas ultimas cinco eleições no Brasil: em 2002, 2006, 2010 e 2014, todas vencidas pelo PT. O PSDB foi vitorioso nas disputas de 1994 e 1998, ainda no primeiro turno.

Com informações portal O Povo Online


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