Em discurso, presidente eleito citou a bíblia e atacou a esquerda (imagem capturada do vídeo) |
O
presidente eleito do país Jair Bolsonaro (PSL) usou sua conta oficial no
Facebook, que tem mais de 8 milhões de seguidores, para transmitir seu primeiro
discurso após a vitória. Com mais de 97% das urnas apuradas, o pesselista
obteve pouco mais de 55% dos votos válidos, contra 44% de Fernando Haddad (PT).
Foram
quase 8 minutos de pronunciamento na rede social, ao lado de sua esposa,
Michele, e de uma tradutora de Libras (Língua Brasileira de Sinais). As imagens
foram gravadas na casa do próprio candidato eleito. Sobre a mesa, havia
exemplares da Bíblia, da Constituição e de um livro sobre o ex-primeiro
ministro britânico Wiston Churchill, que liderou o Reino Unido durante a
Segunda Guerra Mundial.
Inicialmente,
Bolsonaro fez uma referência religiosa e agradeceu aos médicos que cuidaram de
sua saúde, após o atentando à faca que sofreu no dia 6 de setembro.
"Fizemos uma campanha diferente das outras. Nossa bandeira e nosso slogan,
fui buscar naquilo que muitos chamam de caixa de ferramentas para consertar o
homem e a mulher: a Bíblia sagrada",
Ele
lembrou que tomou a decisão de disputar a Presidência da República há quatro
anos. "A verdade tem que começar a valer dentro dos lares, até o ponto
mais alto, que é a Presidência da República. O povo, mais que o dever, tem o
direito de saber o que acontece em seu país. Graças a Deus, essa verdade o povo
entendeu perfeitamente. Alguém sem um grande partido, sem um fundo partidário,
com grande parte da grande mídia o tempo todo criticando, colocando-me numa
situação, muitas vezes, próximo a uma situação vexatória".
Sem
fazer referência a Fernando Haddad, o presidente eleito falou que o país
clamava por mudança e fez críticas à esquerda, prometendo governar sem
indicações políticas. "Não podíamos mais continuar flertando com o
socialismo, o comunismo e o extremismo da esquerda. (...) O que eu mais quero,
seguindo o ensinamento de Deus, ao lado da Constituição brasileira,
inspirando-se em grandes líderes mundiais e com uma boa assessoria técnica e
profissional, isenta de indicações políticas de praxe, começar a fazer um
governo, a partir do ano que vem, que possa colocar o Brasil em um lugar de
destaque", afirmou.
Bolsonaro
disse ainda que terá governabilidade, "dado os contatos que fizemos ao
longo dos últimos anos" e disse que "todos os compromissos assumidos com
essas bandeiras serão cumpridos, com o povo em cada local do Brasil em que
estive presente".
Pronunciamento
Minutos
depois, Bolsonaro falou em rede nacional, para emissoras de rádio e televisão
do país. Antes de ler o discurso escrito, houve um rápido momento de oração,
puxado pelo senador Magno Malta (PR), integrante da bancada evangélica e aliado
do presidente eleito. Nesse segundo pronunciamento, Bolsonaro voltou a
agradecer a Deus e ao povo brasileiro e falou dos diversos compromissos
assumidos.
"O
que ocorreu hoje na urnas não foi a vitória de um partido, mas a celebração de
um país pela liberdade. O compromisso que assumimos foi fazer um governo
decente. Nosso governo será formado por pessoas com o mesmo propósito de
transformar nosso país em uma grande, livre e próspera nação. Trabalhermos dia
e noite para isso", afirmou.
Em
seguida, defendeu as liberdades de empreender, política, religiosa e de
informar e ser informado. Bolsonaro disse que "não existem brasileiros do
Sul e do Norte. Somos todos um só país, somos todos uma só nação". Ao se
dirigir aos jovens, ele disse que vai governar "com os olhos nas futuras
gerações e não na próxima eleição".
Federação
Bolsonaro
falou também em "desamarrar" o Brasil e disse que vai descentralizar
a liberação de recursos para os municípios. "Os recursos federais irão
diretamente do governo central para os estados e municípios. Precisamos de mais
Brasil e menos Brasília".
Economia
O
presidente eleito prometeu reduzir o tamanho do Estado. "O governo dará um
passo atrás, reduzindo sua esturutura e cortando privilégios, para que a
sociedade dê muitos passos à frente". Afirmou que terá compromisso com o
emprego, a renda e o equilíbrio fiscal. O pesselista defendeu o direito de
propriedade e falou em "quebrar o ciclo vicioso do crescimento da dívida
[pública]". Ele disse que é preciso eliminar o déficit primário "o
mais rápido possível e converter em superávit".
Política
externa
Bolsonaro
fez referência à política externa do país e disse que vai libertar o Itamaraty
do que chamou de "viés de esquerda": "O Brasil deixará de estar
apartado das nações desenvolvidas", afirmou.
Ao
ser questionado por um repórter que mensagem ele teria para o conjunto de
eleitores, inclusive os que não o elegeram, Bolsonaro prometeu trabalhar pela
pacificação do país. "Vamos pacificar o Brasil e, sob a Constituição e as
leis, vamos construir uma grande nação", afirmou.
Com
informações portal Agência Brasil
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