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9 de outubro de 2018

Bolsonaro acena ao Nordeste e Haddad busca apoio de Ciro


No primeiro dia da campanha presidencial no segundo turno, Jair Bolsonaro (PSL) dirigiu-se ao Nordeste ao afirmar que não pretende suspender o programa Bolsa Família. Adversário do capitão reformado, Fernando Haddad (PT) recuou da proposta de convocação de uma nova Assembleia Constituinte.

As declarações dos dois presidenciáveis foram dadas ontem ao "Jornal Nacional", da Rede Globo, durante entrevista ao vivo. Por ordem determinada em sorteio, Haddad foi o primeiro a falar.

"Revimos o posicionamento (sobre a Constituinte). As reformas serão feitas por emenda constitucional", disse o petista, referindo-se ao trecho do seu programa de governo que defendia uma Constituinte exclusiva, medida criticada por rivais na campanha.

Questionado em seguida sobre o mesmo assunto se faria qualquer interferência na Constituição caso seja eleito em 28/10 -, Bolsonaro também descartou alteração na Carta Magna.

"Jamais posso admitir uma nova Constituinte", respondeu. "Se estamos disputando as eleições, é porque acreditamos na votação popular. Seremos escravos da Constituição."

Na mesma entrevista, a dupla fez movimento semelhante ao desautorizar aliados. Sobre recente afirmação de José Dirceu (PT) segundo a qual o partido "tomaria o poder", Haddad disse que o "ex-ministro não participa da campanha e não participará do meu governo".

Bolsonaro, por sua vez, desconversou sobre declaração do vice General Mourão, que admitiu, em sabatina na Globonews, a possibilidade de um "autogolpe" se o ex-capitão fosse eleito.

"Não entendi direito o que Mourão quis dizer com autogolpe", falou Bolsonaro, que acrescentou ainda: "Ele é general, mas eu sou o prresidente".

O compromisso na televisão foi o primeiro de maior relevância dos dois candidatos após as eleições desse domingo, 7. O militar alcançou 46% dos votos válidos contra 29% de Haddad no primeiro turno. Ciro Gomes (PDT), o terceiro colocado na corrida, obteve 12%.

Mais cedo, depois de visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Curitiba (o petista está preso há sete meses), Haddad fez gesto de aproximação para Ciro, de quem espera herdar parte significativa dos votos na queda de braço com Bolsonaro.

Como sinal dessa distensão, o ex-prefeito de São Paulo aceitou incluir em seu programa a proposta do pedetista voltada para eleitores com dívidas em órgãos de crédito.

Logo após o fim da votação, na noite do domingo, Ciro já havia afirmado que não votaria em Bolsonaro. O ex-governador, todavia, não foi enfático ao falar se pretende endossar o nome de Haddad.

O PDT se reúne amanhã para selar o destino da legenda nesta nova fase da disputa. Ontem, o presidente da sigla, Carlos Lupi, sinalizou para um caminho possível: um "apoio crítico" ao candidato.

No Ceará, Ciro foi o presidenciável mais votado, com mais de 40% da preferência do eleitorado, à frente de Haddad e Bolsonaro.

Deputado federal reeleito e coordenador da campanha do petista no Estado, José Guimarães defende interlocução com todos os postulantes derrotados no primeiro turno.

"Temos de dialogar com Ciro, Marina Silva (Rede), Guilherme Boulos, Geraldo Alckmin, Henrique Meirelles, todo mundo", disse o parlamentar. A intenção, defende Guimarães, é constituir um "campo democrático" no segundo turno contra Bolsonaro.

Com informações portal O Povo Online

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