Haddad e Manuela d'Ávila rodeados de petistas em Curitiba (Foto: Ricardo Stuckert) |
O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu aval ontem (11/09) para a
mudança na cabeça da chapa do partido à Presidência: sai o petista, barrado
pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e entra Fernando Haddad, indicado no
limite do prazo estabelecido pela Corte Eleitoral.
Em
carta lida durante ato do PT em frente à Superintendência da Polícia Federal em
Curitiba, onde Lula cumpre pena de 12 anos de prisão, o ex-presidente afirmou
que, "de hoje em diante, Fernando Haddad será Lula para milhões de
brasileiros".
"Quero
pedir de coração, a todos que votariam em mim, que votem no companheiro
Haddad", acrescentou.
Presente
ao evento, a deputada estadual Manuela d'Ávila (PCdoB) foi oficializada como
vice na chapa com Haddad, que ocupava o posto até então.
Antes
mesmo da substituição, no entanto, Haddad já havia se tornado alvo de ataques
dos adversários, sobretudo do presidenciável Ciro Gomes (PDT), com quem o
ex-prefeito de São Paulo disputa os votos lulistas, e do ex-governador paulista
Geraldo Alckmin (PSDB).
Professor
emérito de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB), David Fleischer
avalia que Haddad entra tarde na disputa.
"Ficou
muito tempo sem ser entrevistado e participar de debate. Acho que isso foi um
suicídio do partido. Certamente vai prejudicar o desempenho do candidato",
afirma.
Para
o pesquisador, mesmo o poder de transferência de votos de Lula tem de ser
relativizado: "Não vai ter como ele entrar na TV pra convencer o eleitor a
votar em Haddad".
Integrante
do Laboratório de Estudos em Política, Eleições e Mídia (Lepem) da Universidade
Federal do Ceará (UFC), Monalisa Soares analisa que o ingresso de Haddad na
corrida presidencial provoca um rearranjo das forças partidárias.
"Ciro
e Haddad vão disputar esse espólio no campo progressista", pontua. Segundo
a professora, hoje é improvável que haja um segundo turno entre Haddad e Ciro.
"É
uma campanha de lulismo e anti-lulismo", assegura, "mas o segundo
turno vai ser centro-direita e o campo progressista".
Deputado
federal e candidato a novo mandato, José Guimarães rebate tese de polarização
entre Ciro e Haddad a partir de agora. "Nossa polarização é com a direita.
Vamos precisar do Ciro no segundo turno", disse.
Questionado
sobre críticas do pedetista a Haddad, no entanto, o parlamentar ironizou:
"O Ciro fala demais".
O jornal O POVO tentou contato ontem com a direção estadual do PDT para comentar os
ataques de Ciro contra o substituto de Lula e uma possível mudança de direção
na campanha do cearense. As ligações, porém, não foram atendidas.
Com
informações portal O Povo Online
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