Manifestantes
realizaram o 24º Grito dos Excluídos pelas ruas do Centro de Fortaleza (Foto: Mateus
Dantas)
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Uma
multidão tomou as ruas do Centro de Fortaleza na tarde de ontem (07/09) em ato clamando
por justiça social. Foi a 24ª edição do Grito dos Excluídos, manifestação
organizada por movimentos sociais, capitaneada por Pastorais Sociais e
Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) da Igreja Católica.
Com
o tema "Vida em 1º lugar", o lema do ato deste ano foi
"Desigualdade gera violência: Basta de Privilégios". Os manifestantes
voltaram as críticas, sobretudo, às medidas de austeridade implantadas pelo
governo Michel Temer (MDB), como o atrelamento do reajuste dos orçamentos para
despesas públicas à inflação, na chamada PEC dos Gastos. Além disso, atacaram
as reformas trabalhistas e da Previdência.
"Estamos
chamando a atenção para a perda de direitos", diz Isabel Forte, assessora
técnica da Fundação Cáritas. "Para nós, trabalhadores, que tivemos nossas
garantias reduzidas, é preciso retomar a organização, uma coisa que perdemos
por achar que não mais precisávamos".
Outra
crítica constante foi aos chamados privilégios do Poder Judiciário, como o
auxílio-moradia e o reajuste de 16,38% no salário dos magistrados, aprovado em
agosto. "Questionamos por que políticos com grandes privilégios, enquanto
os trabalhadores têm cada vez menos direitos", diz Ítalo Morais, da Pastoral
da Juventude do Meio Popular (PJMP).
O
Grito dos Excluídos partiu do Passeio Público em direção à Praça do Ferreira.
No caminho, ocorreram três "paradas reflexivas".
Para
as eleições, os líderes do ato conclamaram o boicote a parlamentares que tenham
votado a favor das reformas propostas pelo Governo Temer e do impeachment de
Dilma Rousseff (PT). Desde 1995 comumente realizado em 7 de setembro, a
manifestação ocorreu este ano um dia antes para, conforme a organização,
envolver quem esteja em horário de trabalho.
Já
na Praça do Ferreira, foram feitos debates, "círculos de cultura",
com temas variados, como violência contra mulheres, democratização da
comunicação e luta de povos tradicionais. Para João Kennedy, da etnia Tapeba,
povos indígenas vão a eventos como o Grito dos Excluídos para mostrar que
existem. São espaços para retomar as principais lutas indígenas, ele diz,
contra o preconceito e pela demarcação de suas terras.
Com
informações portal O Povo Online
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