Cada candidato ficou na berlinda em um dos blocos (Foto: Aurélio Alves) |
No
primeiro debate com a presença do governador Camilo Santana (PT), realizado
ontem pelo Grupo de Comunicação O POVO, o petista virou alvo prioritário dos
seus adversários. Candidato
à reeleição e líder das pesquisas de intenção de voto, Camilo foi atacado
sobretudo na área da segurança pública. Logo na primeira rodada, ele passou por
bateria de perguntas que trataram do tema.
General
Theophilo, do PSDB, questionou o postulante sobre o número de "15 mil
pessoas" assassinadas durante o seu governo, além das oito chacinas
praticadas apenas neste ano.
Em
resposta, o governador disse que tem "arregaçado as mangas" para
reduzir esses índices e que, à frente do Estado, o "Ceará avançou em todas
as áreas" da administração.
O
chefe do Executivo também desafiou "um governador que tenha investido mais
em segurança pública do que eu". E acrescentou: "Estamos construindo
os caminhos de segurança pública com planejamento e organização".
Nome
do Psol na disputa pelo Abolição, Ailton Lopes perguntou a Camilo quantas
"vidas precisam ser ceifadas pra vocês deixarem de considerar um caso
isolado?". O candidato se referia à chacina das Cajazeiras, que deixou 14
mortos no início do ano, em Fortaleza.
À
época, o titular da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, André
Costa, sugeriu que as execuções haviam sido "um caso isolado".
A
Ailton, porém, Camilo retrucou: "Você nunca ouviu falar da minha parte que
foi um caso isolado. Esse problema de segurança é do País inteiro".
O
petista então criticou o Governo Federal ao dizer que, no curso de quatro anos
de gestão, não havia recebido recursos suficientes do Planalto para empregar na
segurança.
O
tema dominaria todo o primeiro bloco de perguntas, que se completou com
questionamento do candidato do PSL, Hélio Góis.
Advogado
e professor, Góis quis saber de Camilo se ele recebia "ordens de dentro do presídio". O postulante aludia
ao domínio de facções criminosas nas penitenciárias do Ceará. Camilo negou:
"Não recebo ordem de ninguém".
Confrontado,
o candidato à reeleição utilizou como escudo o desempenho do Estado nas áreas
fiscal, emprego e educação. Este último tópico, no entanto, prevaleceu entre os
trunfos que o governador sacou para rebater seus oponentes.
Ele
voltou a citar, por exemplo, que "82 escolas públicas do Ceará estão entre
as 100 melhores do Brasil". E prometeu incrementar o número de unidades de
tempo integral, outra proposta que figura na ponta da língua.
Sobre
a criação de emprego, Ailton contraditou afirmação do governador: "É
impressionante como ele (Camilo) fala de 30 mil empregos, mas isso sequer chega
aos 4% do meio milhão de desempregados no Ceará".
O
psolista ainda tentou nacionalizar o debate ao criticar as alianças do petista
o governador tem feito campanha para a reeleição do senador Eunício Oliveira,
do MDB, que apoiou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Localmente, parte das siglas que integram o centrão também apoia Camilo.
Principal
apoiador do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) no Ceará, Góis deslocou a
discussão para temas ligados aos costumes e à polarização ideológica entre
esquerda e direita.
Ao
endereçar pergunta a General Theophilo na primeira metade do debate, disse que
o senador tucano Tasso Jereissati, que também é empresário, era de esquerda.
Gois
defendeu ainda a reativação dos manicômios como política de saúde mental. Na
sequência, foi criticado incisivamente por Ailton.
Como
estratégia no confronto, o governador evitou revidar ataques diretos dos
concorrentes, adotando postura mais esquiva.
General
Theophilo assumiu a segurança desde o início como bandeira preferencial, que
explorou no curso da uma hora e meia do encontro, conduzido pela jornalista do
O POVO Maísa Vasconcelos.
Ailton
foi conciso na apresentação de propostas e duro em suas críticas, que se
concentraram em Camilo e no General.
Com
informações portal O Povo Online
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