Exatamente
um mês da votação no primeiro turno das eleições, a campanha presidencial já
não é mais a mesma.
O
atentado a faca contra Jair Bolsonaro (PSL) durante campanha em Minas Gerais
obriga os adversários a repensarem suas estratégias na corrida ao Planalto.
Ainda
ontem, por exemplo, o staff do tucano Geraldo Alckmin (PSDB) informou que
suspenderia as peças de propaganda que atacavam o capitão da reserva.
Atrás
nas pesquisas, o ex-governador de São Paulo tinha direcionado sua artilharia a
Bolsonaro. Com 22%, o deputado federal fluminense lidera o primeiro
levantamento de intenção de voto feito pelo Ibope sem a presença do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A
candidatura do petista foi barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) há
uma semana com base na Lei da Ficha Limpa.
Estacionado
na zona de um dígito, Alckmin tentava melhorar o próprio desempenho a custo dos
ataques a Bolsonaro.
Sua
primeira semana de investidas no horário eleitoral se concentrou em
desconstruir o parlamentar. Por ora, no entanto, essa tática não será mais
empregada, garantiu a equipe tucana.
Candidato
pelo PDT à Presidência, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes interrompeu ontem
série de viagens que fazia a estados do Nordeste no esforço de avançar sobre o
capital lulista.
Na
região, cujo eleitorado chega a 39 milhões de pessoas, Lula detinha em média
60% da preferência do eleitorado. É de olho nesse espólio que o cearense traçou
ofensiva por seis dos nove estados nordestinos.
O
ataque a Bolsonaro, todavia, atravessou a campanha de Ciro, que agora precisa
recalibrar o discurso de campanha.
Empatado
com Marina Silva (Rede) na segunda colocação, com 12% no Ibope mais recente, o
ex-ministro vinha dirigindo suas críticas ao candidato do PSL.
Hospitalizado
e agora na condição de vítima, o parlamentar deve ser poupado pelos
concorrentes num primeiro momento.
Pesquisador
da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Paulo Baía avalia que o
ataque a Bolsonaro terá forte impacto na disputa eleitoral.
"A
eleição muda de rumo com o atentado a partir de agora", afirma o
professor, para quem a maior alteração de roteiro será na intensidade.
"O
impacto principal é que a campanha vai ter uma radicalização maior. Isso (o
atentado) define uma das vagas para o segundo turno para o Bolsonaro e esvazia
candidaturas como Ciro, Alckmin e Marina, que são mais moderadas e têm discurso
mais racional."
De
acordo com Baía, esse recrudescimento na polarização pode beneficiar a candidatura do PT. Na próxima terça-feira,
11, o partido deve apontar o vice Fernando Haddad como substituto de Lula na
cabeça da chapa presidencial, com a deputada estadual Manuela d'Ávila (PCdoB)
de vice.
Segundo
o pesquisador, o episódio envolvendo Bolsonaro vai acentuar uma divisão do
eleitorado entre direita e esquerda, asfixiando o centro.
"Isso
tudo favorece o Haddad porque estimula mais ainda a polarização. Bolsonaro de
um lado e esquerda de outro", analisa.
"A
última pesquisa mostra que, diferentemente dos seus adversários, Bolsonaro
cresceu fora da margem de erro. O ataque consolida a candidatura dele", concluiu Baía.
Com
informações portal O Povo Online
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