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5 de setembro de 2018

Ailton aponta falhas em escolas de tempo integral

Ailton Lopes durante sabatina promovida pelo Grupo de Comunicação O POVO (Imagem capturada do vídeo)
Destaques da gestão de Camilo Santana (PT), as escolas estaduais de tempo integral foram criticadas ontem (04/09) pelo candidato ao Governo do Ceará, Ailton Lopes (Psol). Segundo ele, "educação integral não é o mesmo que educação em tempo integral". "O que eu tenho recebido são relatos de escolas superlotadas, sem espaço para refeitório, sem espaço para repouso. O adolescente fica da manhã até umas cinco horas da tarde sem ter onde repousar, alguns dormindo sobre birô e outros no chão", criticou.

Segundo ele, há unidades que enfrentam dificuldades para reposição de pincel atômico e para fazer xerox suficiente de folhas de atividades. "Falta o básico nessas escolas. Fica uma escola cansativa. O adolescente fica o dia inteiro lá cansado. Isso diminui, inclusive, a aprendizagem", completou.

As declarações de Ailton Lopes foram feitas ontem durante série de entrevistas com candidatos ao Governo do Estado realizada pelo Grupo de Comunicação O POVO. O candidato foi sabatinado pelos jornalistas Carlos Mazza, Lucinthya Gomes e Wagner Mendes, com a mediação de Plínio Bortolotti.

Para contornar as dificuldades em escolas de tempo integral, ele propõe investimentos em infraestrutura, alimentação adequada, além da diminuição do número de alunos por turma no máximo 25 em cada sala de aula, em vez de 40, como Ailton diz ocorrer atualmente.

O programa de governo do psolista prevê também que 100% do quadro permanente de professores seja de efetivos. Bolsas de iniciação científicas, iniciação ao desporto e à cultura também são propostas. O aumento do orçamento para a educação, de 25% para 30%, foi a principal medida apresentada para a área, sendo 5% desses direcionados para a educação superior.

Com um representante na Assembleia Legislativa atualmente, o Psol tem intenção de eleger quatro deputados estaduais. Confrontado sobre como garantiria a governabilidade, por defender propostas que teriam dificuldade de avançar no Parlamento, considerando a configuração que tem hoje, Ailton disse que o principal aliado será o povo. "Temos que convocar as pessoas para participar da política. Os cidadãos, as cidadãs não podem ser convocados apenas de quatro em quatro anos para votar. Eles têm que participar também da definição da política pública", ressaltou.

O candidato criticou o modelo de política que chamou de "balcão de negócios". "Se eu partir do pressuposto de que eu não vou governar, porque eu não vou ter maioria parlamentar, só quem seria candidato nessa eleição seria o Camilo Santana, porque ele tem quase 80% dos candidatos a deputado estadual. Então, não precisaria eu ser candidato, ninguém ser candidato", criticou.

Sobre segurança pública, ele comparou a situação atual da violência a uma guerra e defendeu que, no lugar de investir na repressão, deve-se focar na prevenção, na investigação e na integração de políticas de segurança.

"Os nossos policiais têm ido para uma guerra, preparados para matar e para morrer", lamentou. "Os próprios agentes de segurança estão sob estresse porque estão no meio de uma guerra", acrescentou. Ailton pontuou que o que é necessária uma mudança de foco e criticou o tratamento atual dado à temática, em que se investe apenas na repressão do crime. "Precisamos focar na prevenção e na investigação, promoção e integração das políticas de segurança pública. Não dá para chegar só com o Raio".

O candidato do Psol se posicionou contra duas propostas apresentadas pelo também candidato ao Governo do Estado General Theophilo (PSDB) durante a sabatina no O POVO realizada na última segunda-feira.

Ailton Lopes ressaltou que não retiraria a autonomia da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Estado do Ceará (CGD) e nem pensa em privatizar a Companhia de Água e Esgoto do Estado do Ceará (Cagece).

Com informações portal O Povo Online

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