A
ministra Rosa Weber tomou posse ontem (14/08) no cargo de presidente do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), órgão responsável pela organização das eleições. Ela
é a segunda mulher a presidir o TSE em mais de 70 anos de criação do Tribunal.
A primeira foi a ministra Cármen Lúcia, em 2012.
O
primeiro desafio da ministra será a organização das eleições de outubro, cujo
primeiro turno será realizado no dia 7 de outubro. A cerimônia também marcou a
posse do novo corregedor da Justiça Eleitoral, ministro Jorge Mussi, que é
ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Rosa
Weber, que também é ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), já fazia parte
do TSE, no cargo de vice-presidente, e sucedeu a Luiz Fux, que concluiu período
máximo de dois anos no cargo. O mandato dela irá até agosto de 2020.
Em
discurso, Rosa Weber fez uma defesa institucional da Justiça Eleitoral. Segundo
a ministra, o tribunal cumpre papel no fortalecimento da democracia no país.
"Os
desvios, as deficiências na educação e na cultura, a desigual distribuição de
riqueza, a corrupção de agentes públicos e privados não podem, em absoluto,
obscurecer uma ideia de que o poder emana do povo e que para o povo e seu nome
será exercido", disse.
A
ministra também avaliou que há no país desencanto e descrédito na política, mas
ponderou que a atividade é essencial à democracia e que "urge ter sua
respeitabilidade e importância resgatadas".
"O
resultado das eleições será determinado pela soberania popular, que tem como
pilar sufrágio universal por meio secreto e direto, com igual valor para todos.
Cabe à Justiça eleitoral assegurar a normalidade e a legitimidade das
eleições”, afirmou.
A
ministra tem 69 anos, nasceu em Porto Alegre e fez carreira como magistrada da
Justiça do Trabalho no Rio Grande do Sul. Antes de ser nomeada pela então
presidente Dilma Rousseff para o STF, em 2011, Rosa Weber ocupava o cargo de
ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
De
acordo com advogados ouvidos reservadamente pela Agência Brasil, após a posse,
espera-se que o TSE passe a ter uma composição mais rígida em relação ao
combate à corrupção eleitoral e à aplicação severa da Lei da Ficha Limpa, que
impede a candidatura de condenados por órgãos colegiados da Justiça.
Além
de Rosa Weber, os ministros Luís Roberto Barroso e Edson Fachin ocuparão as
três vagas destinadas aos membros do STF. Fachin é relator dos processos da
Operação Lava Jato, e Barroso preside as investigações envolvendo o Decreto dos
Portos.
O
TSE é formado por sete ministros: três oriundos do STF, dois do Superior
Tribunal de Justiça (STJ), além de dois membros da advocacia.
Nas
eleições de outubro, caberá ao tribunal, além de organizar o pleito, deferir os
registros de candidatos à Presidência da República e todos os recursos que os
envolvem.
Mulheres
no Judiciário
Com
a posse de Rosa Weber na presidência do TSE, o Brasil terá três mulheres na
presidência de tribunais superiores. A Procuradoria-Geral da República (PGR) e
a Advocacia-Geral da União (AGU) também são comandadas por mulheres.
Rosa
Weber assume o TSE no momento em que, no STF, a presidente Cármen Lúcia está
prestes a concluir o mandato, que acaba em setembro, quando será substituída
pelo ministro Dias Toffoli.
Desde
2016 na presidência do STJ, a ministra Laurita Vaz também termina em breve seu
mandato. Dos 33 ministros do STJ, seis
são mulheres. Na Procuradoria-Geral da República, está Raquel Dodge, nomeada em
2017, cujo mandato vai até setembro de 2019. À frente da Advocacia-Geral da União
está Grace Mendonça, nomeada em 2016.
Com
informações portal Agência Brasil
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