Reunião ontem na sede do
PSB com presença de PT e PDT (Foto: Gustavo Maia)
A
três dias do fim do prazo das convenções partidárias, o PT fechou acordo com o
PSB ontem (01/08) e isolou ainda mais o presidenciável Ciro Gomes (PDT) na corrida ao
Palácio do Planalto. Aprovado
por 17 votos a 8 em encontro do PT em Brasília, o acerto estabelece apoio mútuo
das duas siglas em alguns estados, entre eles Pernambuco e Minas Gerais, e a
garantia de que os pessebistas vão se manter neutros nas eleições
presidenciais.
Depois
de perder o apoio do "centrão" (DEM, PR, PP, SD e PRB), que decidiu
se coligar ao candidato tucano Geraldo Alckmin, Ciro vinha negociando com
dirigentes do PSB, considerado vital para os planos do cearense.
Sozinho,
o ex-ministro tem pouco mais de 30 segundos na propaganda política eleitoral na
rádio e TV. O movimento do PT, contudo, jogou um balde de água fria nessas
articulações, impondo o maior revés à campanha do pedetista até agora.
Para
atrair o PSB e neutralizar a sigla, afastando-a das investidas de Ciro, a
cúpula petista apostou alto. Pela resolução aprovada na reunião da executiva
nacional, a legenda também se comprometeu em retirar a candidatura da vereadora
petista Marília Arraes ao Governo de Pernambuco e em formalizar apoio ao PSB em
outras três disputas estaduais: no Amazonas, no Amapá e na Paraíba.
Em
troca, o PSB recuou na postulação do ex-prefeito de Belo Horizonte Márcio
Lacerda, que estava na briga pelo Governo de Minas Gerais contra o atual chefe
do Executivo mineiro Fernando Pimentel (PT), que concorre à reeleição.
Pelas
redes sociais, Lacerda disse que havia recebido a notícia da retirada de sua
candidatura com "indignação, perplexidade, revolta e desprezo". Para
compensá-lo, o PSB ainda chegou a oferecer a vaga de candidato ao Senado na
chapa de Pimentel, mas ele a recusou.
Em
coletiva transmitida pelo Facebook, Marília Arraes afirmou ontem que
"respeitava a decisão da Executiva Nacional" petista, mas que
"não concorda e vai recorrer". Ainda nessa quarta, um recurso foi
apresentado pela pré-candidata ao partido, que deve apreciá-lo amanhã. Hoje, a
executiva do PT em Pernambuco tem encontro para oficializar ou rejeitar a
candidatura própria.
Em
entrevista ao jornal O POVO, o deputado federal pelo Ceará José Guimarães (PT)
disse que a tratativa selada entre PT e PSB "foi a construção
possível" no esforço de reaglutinar o "campo progressista" em
torno da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência.
"A
esquerda precisa se reunificar", respondeu o parlamentar. "Não vai
dar para unificar tudo agora, mas unifica uma parcela. Esse gesto que fizemos
sinaliza para esse caminho."
De
acordo com Guimarães, o partido espera agora que o PCdoB também faça parte da
composição. "Temos até o dia 15 para isso (negociar com os comunistas). O
diálogo continua."
Deputado
federal por Minas e um dos defensores da aliança com Ciro, Júlio Delgado (PSB)
admitiu ao jornal O POVO ontem que, feito o acerto com o PT, o "partido
vai caminhar naturalmente para a neutralidade" nas eleições e liberar os
diretórios estaduais.
À
reportagem, a deputada estadual em Pernambuco Teresa Leitão (PT) lamentou a
costura que resultou no acordo entre as duas agremiações. "Essa decisão é
muito prejudicial ao fortalecimento do PT e não traz nada para a candidatura de
Lula. Ao contrário, atrapalha", criticou.
Com
informações portal O Povo Online
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