"Não,
não houve ditadura no Brasil". Para o candidato ao Governo do Ceará,
General Theophilo (PSDB), o País viveu, na verdade, um "contra-golpe
democrático" em 1964, que evitou a implantação do comunismo.
A declaração
foi dada durante entrevista exclusiva ao jornal O POVO na tarde de ontem (21/08) dia em que o
candidato também lançou programa de governo.
O
militar defendeu que, após evitarem a implantação da estrutura comunista, o
poder deveria ter sido devolvido aos civis.
"Tivemos erros? Tivemos. Os
militares subiram à cabeça, alguns deles exacerbados, os atos institucionais...
mas o Brasil precisava ainda de um regime de exceção, não é ditadura, não houve
ditadura no Brasil. O
regime de exceção é um regime forte", afirmou.
Theophilo
disse ainda ser contra a intervenção das forças armadas federais para conter a
insegurança pública. O Exército, conforme o candidato, foi feito para defender
o País de invasões externas. "É o que o povo está querendo agora.
Engraçado que eles querem intervenção até no nosso Estado", disse.
Sobre
torturas, prisões e censuras que perduraram duas décadas sob o regime militar,
Theophilo citou a morte de alguns militares e afirmou que os dois lados estavam
em uma "guerra suja". "Uma guerra assimétrica, irregular, que
hoje acontece no mundo inteiro", frisou, ao buscar justificar o maior
poder de força do Exército.
À
noite, o candidato lançou programa de governo, na sede do comitê do PSDB, no
Centro. No evento, Theophilo estava acompanhado de colegas de chapa: sua vice,
Emilia Pessoa; os candidatos ao Senado, Tasso Jereissati e Mayra Pinheiro; e o
postulante a deputado federal, Capitão Wagner (Pros). Dividiram o palanque,
criticaram a gestão atual e destacaram alguns pontos das propostas que deverão ser
trabalhadas em campanha.
Mais
uma vez, o general afirmou não aceitar indicações políticas se eleito. Se
nomeações forem cobradas, ele garantiu que entrega o "boné" e
renuncia. Reconhece, entretanto, que a maior dificuldade será aceitar
flexibilidades. "Às vezes você tem que admitir um ou outro de outro
partido, (...) se for uma pessoa de ilibada confiança com procedimento
correto", complementou.
Na
área da segurança, a prioridade, ressaltou, será a repressão às facções
criminosas e disse que, caso hajam respostas dos criminosos (como ônibus
queimados), a tropa sairá à rua, com possível apoio do Exército. "Duvido
que se eu tomar uma atitude dessas eles vão queimar algum ônibus",
apostou.
O
serviço de inteligência policial conseguiria, conforme os planos do candidato,
identificar locais exatos onde há domínio de criminosos. E armas menos letais
evitariam tragédias que envolvessem comunidades dominadas pelas facções.
"Armas que assustam, amedrontam, mas não colocam em risco a vida de um
civil, de uma criança que possa 'pegar' uma bala perdida", destacou.
Questionado
sobre a pesquisa Ibope divulgada na semana passada que apontariam Theophilo com
4% das intenções de voto , o candidato afirmou que outras pesquisas,
encomendadas por Tasso Jereissati, o creditam com dois dígitos de intenções de
votos. Tasso, porém, não especificou a porcentagem e destacou que a campanha
ainda não começou. "As pesquisas que têm valor começam a partir do
programa de televisão", ponderou.
Sobre
a repercussão da declaração do general, de que não houve ditadura no Brasil, o
principal coordenador de sua campanha, o ex-governador Lúcio Alcântara,
ressaltou que "a sociedade está com opiniões muito radicalizadas e, hoje,
qualquer coisa encontra repercussões diferentes".
Com
informações portal O Povo Online
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