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17 de agosto de 2018

Em entrevista na rádio O POVO/CBN Boulos diz que é preciso refundar a democracia


Dando continuidade às entrevistas com os presidenciáveis, a rádio O POVO/CBN recebeu Guilherme Boulos (Psol), 36 anos, o mais jovem candidato nas eleições de 2018.

O psolista afirmou que esquerda está construindo uma aliança com muitos movimentos sociais, ao contrário dos indicativos de isolamento, já que há candidatos distintos.


"Movimentos de luta por moradia, indígenas, movimento das comunicações, feminista, negro, artistas, professores... É uma aliança que vem de baixo pra cima. Não é uma aliança fisiológica, que apoia um por dinheiro e apoia outro por tempo de televisão, é uma aliança em torno de um projeto pro Brasil", disse.

Boulos acredita que é preciso "mudar o jeito de fazer política", não apenas com uma reforma, mas com uma refundação da democracia, apresentando um novo jeito de governar.

"Eu não quero ser presidente do Brasil pra chegar lá e trocar voto por cargo com o Congresso Nacional, porque é assim que foi feito até hoje." Segundo Boulos, o brasileiro estaria cansado e desesperançado na política por conta de tais práticas.

"Nós queremos governar, sim, respeitando o Congresso, mas com a maioria da sociedade brasileira. E é por isso que a gente tem falado em plebiscitos e referendos", disse.

Caso eleito, já no primeiro dia do mandato, ele pretende apresentar tanto ao Congresso quanto à sociedade, a revogação de uma série de atos do governo Temer, como a reforma trabalhista e o congelamento de gastos públicos em saúde e educação por 20 anos.

Guilherme Boulos considera que "aproximar o poder das pessoas é o novo jeito de fazer política". Para ele, as mudanças profundas que aconteceram no Brasil foram fruto, sempre, de grandes mobilizações.

"A ditadura militar no nosso país não acabou porque generais decidiram que era a hora de acabar. Acabou porque o povo foi às ruas com as 'diretas já' e várias mobilizações", disse ele, ressaltando que o seu governo iria valorizar a participação popular.

Ele também definiu o impeachment como golpe e a prisão de Lula como injusta a absurda, "feita para tirá-lo do processo eleitoral". Para Boulos, a intervenção feita pelo Judiciário neste processo eleitoral não contribui para a democracia. 

"Nós temos que enfrentar a corrupção em todos os níveis, e a maior forma de enfrentá-la é mudar o sistema político brasileiro", concluiu.

Com informações portal O Povo Online

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