Oito dos 13 presidenciáveis participaram do debate na Band (Foto: Divulgação) |
Começou,
nessa ontem (09/08), a temporada de debates televisivos entre candidatos ao
Palácio do Planalto. O primeiro deles foi transmitido pela TV Bandeirantes,
e contou com oito dos postulantes à Presidência da República: Álvaro Dias
(Podemos), Cabo Daciolo (Patriotas), Ciro Gomes (PDT), Henrique Meirelles
(MDB), Jair Bolsonaro (PSL), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (Psol) e
Marina Silva (Rede).
A
ausência do PT fez com que o partido fosse escanteado pelos concorrentes. Pouco
se falou sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba
após ser condenado a 12 anos e um mês de prisão no caso do tríplex do Guarujá
(SP). A Justiça negou o pedido dele para que ele pudesse comparecer ao debate.
O
chumbo trocado entre os presidenciáveis deu o tom do que vem por aí, a partir
do dia 16, quando começa, de fato, a campanha eleitoral. Nessa quinta, sobravam
críticas e faltaram propostas concretas e bem estruturadas. Jair Bolsonaro
(PSL) negou-se, até, a responder uma pergunta de Guilherme Boulos (PSol), a
quem chamou de "cidadão desqualificado".
Houve
quem defendesse ideais em vez de responder aos questionamentos. Na internet,
comentou-se a falta de fôlego dos presidenciáveis após o primeiro bloco,
considerado o mais quente.
Candidato
do PSol, Boulos usou o tempo das considerações iniciais para defender Lula — a
única vez em que o petista foi citado. "O ex-presidente Lula deveria estar
aqui, mas está preso injustamente, enquanto o (presidente Michel) Temer está lá
em Brasília", alfinetou Boulos. Daciolo falou sobre amor, fraternidade e
citou, diversas vezes, o "nome de Jesus". No primeiro bloco, os
presidenciáveis responderam sobre corrupção, investimento e geração de
empregos.
Boulos
também teve um acalorado debate com Jair Bolsonaro ao dizer que o parlamentar
tinha "mais imóveis que projetos aprovados". Nitidamente irritado, o
candidato do PSL perdeu a mão e disse que não estava ali para discutir com um
“cidadão desqualificado", recusando-se a responder à tréplica do rival. Na
internet, esse foi o momento mais comentado do debate. Usuários escreveram nas
redes sociais que o "clima baixou" depois dos ataques mútuos no
primeiro bloco.
Geraldo
Alckmin foi um dos mais questionados. Ciro Gomes, por exemplo, perguntou sobre
a reforma trabalhista. O ex-governador do Ceará fez críticas ferrenhas às
mudanças nas leis trabalhistas, que qualificou como "selvageria”. “O seu
partido (PSDB) votou a favor da reforma trabalhista. Mais de 32 milhões de
trabalhadores foram empurrados para viver de bico. O senhor pretende manter a
reforma?” O tucano respondeu que algumas arestas precisam ser ajustadas, mas
bateu o pé na necessidade de alteração.
Álvaro
Dias aparentava nervosismo e, por diversas vezes, ultrapassou o tempo
estabelecido pelo mediador, o jornalista Ricardo Boechat. Tratou de mortalidade
infantil e dos crimes contra a mulher quando teve a oportunidade de falar com
Bolsonaro. O parlamentar respondeu que “as mulheres de hoje em dia ganham mais
que os homens em muitas carreiras” e que “o estado não pode intervir”. Ao ser
questionado sobre educação, o capitão da reserva citou matéria do Correio
Braziliense desta semana sobre a aceitação de estudantes brasilienses do
Colégio Militar na universidade norte-americana de Harvard.
Henrique
Meirelles usou seu currículo para tentar sobressair. Sempre que podia,
relembrava sua trajetória à frente de grandes empresas, como o Bank Boston e o
Banco do Brasil. O ex-ministro de Fazenda frisou ser um “candidato sem
processo”, lembrou da criação de milhões de empregos enquanto esteve à frente
de instituição financeira mais importante do país. “Emprego não se cria no
grito. Precisamos de investimentos.”
Marina
ficou apagada em praticamente todo o debate. A candidata poderia ter
aproveitado a oportunidade para se destacar. Preferiu usar frase de efeitos e
foi mais citada na internet ao comentar sobre corrupção : "O mundo está
cheio de lobo mau querendo comer o dinheiro da vovozinha".
Com
informações portal Correio Brasiliense
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