Em
meio a divergências sobre vaga no Senado na chapa governista, o PT no Ceará começa
hoje (28/07) a decidir seu futuro nas eleições deste ano. Internamente, o
partido está dividido entre reclamar a recondução do senador José Pimentel ou
indicar outro nome para o posto e abrir mão da segunda vaga na composição
formada pela legenda e o PDT.
Duas
alas devem entrar em choque durante encontro de tática eleitoral da legenda,
evento no qual as teses petistas devem ser aprovadas ou rejeitadas por 300
delegados, tais como o apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e a reeleição do governador Camilo Santana (PT).
De
acordo com o presidente da sigla no Ceará, o deputado estadual Moisés Braz,
"boa parte dos delegados acha que não amadurecemos candidatura (ao
Senado)" e que a proposta de postulação ao Congresso "não vai ser aprovada".
"O
partido vai deliberar que temos candidato nacional, que é o Lula, e não há
plano B", disse. "Estamos querendo aprovar que o governador fique
autorizado a fazer coligação com o PDT. E que não lance candidato ao
Senado."
A
hipótese de candidatura própria, entretanto, pode desdobrar-se ao longo da
semana ainda que os participantes do encontro desaprovem a proposta. Segundo
Braz, nesse caso, o partido submeteria a tese à instância imediatamente
superior na agremiação.
Defensor
de que o PT mantenha a vaga ao Senado, o presidente da sigla em Fortaleza,
Deodato Ramalho, disse que acha "um desserviço ao partido e à democracia
nós deixarmos não apenas de ter um candidato, mas sobretudo termos aliança com
um senador que é peça fundamental na política desenvolvida pelo governo
Temer".
O
petista se refere a Eunício Oliveira (MDB), que se reaproximou de Camilo e
agora tenta emplacar aliança com o governador para fortalecer a candidatura à
reeleição ao Senado. O chefe do Executivo estadual já deu reiteradas afirmações
de que pretende apoiá-lo, apesar do veto do presidenciável Ciro Gomes (PDT) ao
emedebista.
"Eunício
sempre foi peça fundamental no golpe", critica Ramalho. "Pra mim, é
uma negação do nosso discurso esse tipo de aliança que o governador pretende
fazer."
Prefeito
de Quixadá, Ilário Marques (PT) assegura que o "PT aqui tem uma
centralidade na reeleição do Camilo e eleição do Lula" e, "dentro
daquilo que o governador está negociando, não há espaço para lançar senador".
Atual
senador petista, José Pimentel já se colocou à disposição para tentar a
reeleição. Além do parlamentar, a deputada federal Luizianne Lins sugeriu que,
caso o partido vete a indicação de nome para a vaga, ela pode disputar prévias.
O
encontro de tática eleitoral vai das 9 h às 13 horas, no Hotel Praia Centro, em
Fortaleza. Além da composição majoritária, a reunião define a coligação
proporcional nas eleições.
Com
informações portal O Povo Online
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