Faltam
três meses para o primeiro turno da eleição presidencial e, não muito diferente
da Copa do Mundo, nenhum favorito claro despontou. No caso do futebol, o Brasil
despontava como principal candidato e já caiu fora. Dos que ficaram, a França
parece a principal candidata, mas é bom abrir o olho. No caso da política, as
pesquisas apontam Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como líder, mas a condição
jurídica de preso condenado inviabiliza a candidatura. Sem ele, ninguém chega a
20% das intenções de voto - e, na moderna história eleitoral brasileira, isso
não tem precedentes a tão pouco tempo da eleição.
Jair
Bolsonaro (PSL) tem vantagem numérica sobre os demais, mas a falta de
estrutura, o partido nanico e o discurso extremista e agressivo lança muitas
dúvidas sobre a viabilidade de construir maioria.
Os
dois candidatos que vêm a seguir têm viabilidade eleitoral, nas pesquisas,
condicionada à ausência de Lula na disputa. Marina Silva (Rede) segue Bolsonaro
de perto, mas sofre também com pequeno partido, ausência de estrutura e com
falta de visibilidade tanto dos apoiadores quanto da própria candidata. Não é
alguém cuja movimentação sugere que ela esteja se encaminhando para a
Presidência.
Ciro
Gomes (PDT) tem feito negociações promissoras. Tem mais infraestrutura que os
candidatos que estão acima. Mas ainda não deslanchou e existe a eterna dúvida
sobre se ele não acabará estragando tudo.
Ciro
e Marina têm uma desvantagem em relação a Bolsonaro: o pré-candidato do PSL tem
apoiadores convictos e consolidados. As intenções de Ciro e Marina, em grande
parte, migram para eles na simulação sem Lula. Ou seja, nenhum dos dois é a
primeira opção de grande parcela de eleitores. Assim como vêm, esses votos
podem ir.
Geraldo
Alckmin (PSDB) tem mais recursos, mais estrutura, mais apoiadores,
governadores, prefeitos, deputados. Tudo indica que ele seria favorito, salvo
uma coisa: intenções de voto. Ele simplesmente não cresce e o tempo fica cada
vez menor. Dos quatro citados, é quem mais representa a política tradicional, o
establishment. O desgaste desse setor talvez seja uma âncora pesada demais para
o candidato.
Publicado
originalmente no portal O Povo Online
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.