Reunião do Comitê Central do PCdoB em São Paulo (Foto: Clécio Almeida) |
Cortejado
por PT e PDT e sob pressão do centrão, que deve declarar apoio ao pré-candidato
Geraldo Alckmin (PSDB), o PCdoB aprovou ontem (22/07) resolução na qual defende a
formação de uma frente de esquerda. O
texto, resultado de encontro do comitê central da sigla, que se reuniu no fim
de semana em São Paulo, propõe a criação de um bloco que integre, além do
partido, Psol, PSB, PDT e PT.
Para
a legenda, trata-se da única saída diante de cenário de “coesão do campo
político da direita e centro-direita em torno do candidato Geraldo Alckmin”.
“O
PCdoB conclama o PT, PDT, PSB, Psol e demais forças progressistas a construírem
a unidade, já no primeiro turno, para vencer as eleições”, registra o documento
comunista.
Alvo
de investidas dos pré-candidatos Lula e Ciro Gomes (PDT), o PCdB discute três
caminhos a seguir na eleição presidencial: manutenção da candidatura da
deputada estadual Manuela d’Ávila (RS) ao Planalto, apoio ao ex-governador do
Ceará ou ao PT, com o ex-presidente ou alguém indicado por ele.
O
anúncio de que os partidos do centrão (DEM, PP, PR, PRB e SD) estarão no
palanque do tucano Geraldo Alckmin, na última quinta-feira, precipitou uma
corrida ao PCdoB, cujo tempo de televisão e rádio na propaganda política (13
segundos) é vital para as pretensões tanto de petistas quanto de pedetistas.
Presidente
estadual da sigla no Ceará, Luiz Carlos Paes afirma que a coalização formada
entre o bloco capitaneado pelo DEM e Alckmin acelerou as tratativas para a
construção de um polo de esquerda.
“Diante
desse quadro político, por esse fortalecimento de uma certa direita, essa
posição (de uma frente progressista) se tornou urgente”, conta.
De
acordo com o dirigente, o partido decidiu apostar numa chapa única, ainda que
nada indique que PT e PDT possam abrir mão de suas candidaturas a fim de
instituírem um grupo só.
“O
futuro dirá se essas conversações (entre os partidos de esquerda) vão de fato
acontecer ou nãoo. O PCdoB não será obstáculo pra essa união. As alternativas
estão postas. Buscamos uma unidade mais ampla”, acrescentou.
Paes
informa, contudo, que a legenda mantém abertas as negociações unilaterais com
Ciro e PT, simultaneamente, caso a proposta de formar um blocão não vingue.
“Obviamente
não é isso que queremos, mas estamos estudando tudo”, respondeu. Na hipótese de
que não haja entendimento, ele garante que a candidatura de Manuela está de pé.
Uma
das presentes ao encontro de ontem, a parlamentar, que oscila entre 1% e 2% nas
pesquisas, também vem acenando a uma união à esquerda. “Ela mesma tem declarado
que não será obstáculo a uma aliança ampla”, completou Paes.
Na
última semana, a presidente do PCdoB, Luciana Santos, encontrou-se com os
presidentes do PDT, Carlos Lupi, e do PT, senadora Gleisi Hoffmann.
Ao
partido, cuja convenção nacional está prevista para 1º de agosto, as duas
siglas sugerem ofertar o mesmo posto – o cargo de vice – na tentativa de
atraí-la para a sua chapa.
Sem
coligação firmada e sob risco de isolamento, PT e PDT travam queda de braço
também pelo do PSB, que aditou encontro que teria na semana passada para o
início de agosto, quando deve bater o martelo sobre o futuro na corrida
eleitoral.
Com
informações portal O Povo Online
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