Se
o cenário eleitoral no País fosse um tabuleiro de xadrez, todas as peças em
jogo teriam sido movidas na última semana. Às vésperas do início da temporada
de convenções, período no qual as siglas formalizam a escolha de seus nomes na
disputa, a guerra das alianças partidárias se intensificou.
O
PDT do pré-candidato Ciro Gomes e o PSB tiveram mais uma rodada decisiva de
conversas, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad foi designado pelo PT
como um interlocutor privilegiado do partido e o PSDB de Geraldo Alckmin
reuniu-se mais uma vez com dirigentes do chamado “centrão”.
Num
esforço para ampliar seu tempo de propaganda eleitoral, o presidenciável do PSL
Jair Bolsonaro deu como certo o namoro com o PR de Valdemar Costa Neto
(sozinho, o PSL garante a Bolsonaro magros 10 segundos de exposição, menos do
que o que dispunha Enéas Carneiro). E a Rede de Marina Silva tenta romper o
isolamento e fisgar movimentos de renovação política para pavimentar a estrada
da candidata até o segundo turno – não com tempo, mas militância.
Feita
a muitas mãos, essas negociações vêm esbarrando em dificuldades que adiam a
batida final de martelo nas cúpulas das agremiações. Estragos da Operação Lava
Jato, realidades locais, falta de recursos e descrença do eleitorado estão
entre elas.
Ex-ministro
da Educação no governo Lula e professor de Ética da Universidade de São Paulo
(USP), Renato Janine Ribeiro avalia que esse escambo de apoios entre as
legendas “já ultrapassa o lado ideológico e tem a ver com interesses não
exatamente republicanos”.
Segundo
o pesquisador, o quadro atual é fruto de um desarranjo político. “O Brasil
ficou atrapalhado depois do impeachment (de Dilma Rousseff), cada um faz o que
dá na telha. Nessa situação, dá pra entender o Ciro atrás do DEM. E tentar
encontrar diferença entre DEM e PSDB é meio ocioso”, disse.
Janine
aposta ainda que a “situação da eleição será: Bolsonaro com vaga praticamente
assegurada, e depois Lula (ou alguém indicado por ele), Ciro ou Alckmin disputando
na faixa dos 10%”.
Cientista
político da Universidade de Brasília (UnB), David Fleischer aponta duas
variáveis principais que têm incidido diretamente sobre as costuras políticas,
atrasando-as: as peculiaridades das alianças estaduais e a indefinição das
forças que compõem o “centrão”.
“As
conjunturas locais criam uma dificuldade extra”, analisa, das quais os partidos
acabam se tornando reféns na formação de um bloco nacional.
Para
Fleischer, entretanto, o comportamento pendular do “centrão” é determinante
para as eleições. “Tem deputados e senadores que controlam um número suficiente
para engordar o tempo. E não acho que eles vão de Alckmin”, arrisca.
Com
informações portal O Povo Online
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