A
Justiça Federal absolveu hoje (12/07) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, o ex-senador Delcídio Amaral, o banqueiro André Esteves e outros
acusados no processo que apura a suposta tentativa do ex-presidente de obstruir
o andamento da Operação Lava Jato.
Ao
julgar o caso, o juiz Ricardo Soares Leite, da 10ª Vara Federal em Brasília, entendeu
que não há provas suficientes para condenar os acusados. Em setembro do ano
passado, o Ministério Público Federal (MPF) também havia pedido a absolvição de
Lula e de outros acusados.
De
acordo com a acusação, Lula teria feito esforços no sentido de impedir que o
ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró firmasse acordo de
delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato. A suposta tentativa
teria contado com ajuda do pecuarista José Carlos Bumlai, o banqueiro André
Esteves, o ex-senador Delcídio do Amaral e mais três pessoas, todos acusados
pelo Ministério Público Federal (MPF), que depois retificou a denúncia, de
oferecer dinheiro em troca do silêncio de Cerveró.
Ao
decidir o caso, o Juiz Ricardo Leite entendeu que a investigação não conseguiu
reconstruir a realidade fática da acusação. "Há inúmeras possibilidades e
circunstâncias do que realmente ocorreu, incluindo a possibilidade real de que
os pagamentos foram solicitados por Bernardo e Cerveró de forma premeditada.
Há, então, clara a intenção de preparar o flagrante para depois oferecer provas
ao Ministério Público", entendeu o juiz.
O
caso começou em 2015, quando a Procuradoria-Geral da República (PGR) usou
depoimentos da delação premiada do ex-diretor da Área Internacional da
Petrobras Nestor Cerveró e do filho dele, Bernardo Cerveró, para pedir a prisão
do senador Delcídio do Amaral (PT-MS); de André Esteves, dono do Banco BTG
Pactual; do ex-advogado de Cerveró Edson Ribeiro; e do chefe de gabinete do
senador, Diogo Ferreira. Todos os acusados que foram absolvidos hoje.
Em
um trecho do processo, a PGR afirmou que Delcídio ofereceu dinheiro para evitar
a citação de seu nome nas investigações. “O senador Delcídio Amaral ofereceu a
Bernardo Cerveró auxílio financeiro, no importe mínimo de R$ 50.000,00
(cinquenta mil reais) mensais, destinado à família de Nestor Cerveró, bem como
prometeu intercessão política junto ao Poder Judiciário em favor de sua
liberdade, para que ele não entabulasse acordo de colaboração premiada com o
Ministério Público Federal”, disse a PGR.
Em
nota, o advogado Cristiano Zanin, que faz parte da defesa do ex-presidente
Lula, disse que o juiz de Brasília acertou ao não dar validade ao depoimento de
delatores sem a apresentação de provas.
“A
sentença absolutória proferida em favor de Lula nesta data evidencia ainda mais
o caráter ilegítimo das decisões que o condenaram no caso do tríplex. Enquanto
o juiz de Brasília, de forma imparcial, negou valor probatório à delação
premiada de Delcídio do Amaral por ausência de elementos de corroboração, o
juiz de Curitiba deu valor absoluto ao depoimento de um corréu e delator
informal para condenar Lula”, afirmou.
Com
informações portal Agência Brasil
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