Na convenção Bolsonaro voltou a atacar o candidato tucano (Foto: Carl de Souza) |
O
deputado federal Jair Bolsonaro foi confirmado ontem (22/07) como candidato do PSL à
Presidência da República. Amargurado com a falta de apoio dos partidos, voltou
a reclamar de adversários e criticou Geraldo Alckmin (PSDB) mais uma vez, como
havia feito no último sábado. Com discurso mais inflamado, o capitão da reserva
chorou e disparou muitas frases de efeito. Acenou para as mulheres — parte da
população que mais rejeita seu nome nas pesquisas —, criticou a imprensa e
afirmou ser o “patinho feio” dessas eleições.
Bolsonaro
disse que o governo terá realismo para enfrentar as questões do cenário atual e
prometeu fundir os ministérios da Fazenda e do Planejamento, assim como os
ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, “para acabar com essa briga”.
Sobre as privatizações, o presidenciável disse que é a favor de boas parcerias.
“Eu sou o patinho feio nessa história, mas que tenho certeza: seremos bonitos
brevemente”, declarou, negando o título de “salvador da pátria”.
De
acordo com Bolsonaro, “o que está em jogo nesse momento que se aproxima é o
destino dessa grande nação chamada Brasil”. Ele também disse causar
“desconforto naquilo que chamam de establishment” e voltou atacar o candidato
tucano. “Quero agradecer a Geraldo Alckmin por ter juntado a nata do que há de
pior no Brasil ao seu lado”, repetiu, sobre as alianças de Alckmin com o
centrão.
As
críticas mostram que Bolsonaro não conseguiu se esquecer do incômodo de ter
perdido o PR, de Valdemar Costa Neto — cujo apoio foi decisivo para colocar o
partido rumo a Alckmin; e sinalizam a percepção do parlamentar de que o tucano
poderá ter força para disputar o segundo turno.
“Quando assumiu a candidatura, Bolsonaro achava que disputaria com o PT. Seria mais fácil para ele brigar com Lula, cujo partido sofreu com os escândalos da Lava-Jato e vem de um processo de impeachment”, explica o cientista político Carlos Morais, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF).
“Quando assumiu a candidatura, Bolsonaro achava que disputaria com o PT. Seria mais fácil para ele brigar com Lula, cujo partido sofreu com os escândalos da Lava-Jato e vem de um processo de impeachment”, explica o cientista político Carlos Morais, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF).
“Todos
os cenários mostram a possibilidade real de Bolsonaro chegar ao segundo turno.
O que ele não quer é ter que se preocupar com Alckmins e Ciros. A briga dele
com a esquerda era uma das coisas que balanceava as medidas com Lula. Os
próximos passos será colocar a militância para trabalhar, já que o PSL não tem
nem dinheiro nem tempo de tevê para competir com os grandes. O negócio, daqui
para frente, são as redes sociais”, completou Morais.
Embora
tenham grande abrangência na internet, as contas de Bolsonaro são recheadas de
seguidores fantasmas. Segundo levantamento divulgado em junho, 33% dos perfis
(cerca de 400 mil “pessoas”) que seguem o Bolsonaro (PSL) são falsos,
controlados por computadores.
Vices
Convidados
para serem vices de Bolsonaro, o senador Magno Malta (PR) e o general Augusto
Heleno (PRP) estiveram na convenção do PSL. A advogada e militante Janaína
Paschoal (PSL), outra cotada para ocupar o cargo, também apareceu e fez
discurso. Ela ainda não foi oficialmente convidada para compor a legenda com o
deputado, mas disse que, caso isso se tornasse realidade, eles formariam uma
chapa de peso.
Janaína
foi colocada em último plano pelo partido, que tem dificuldades de encontrar
alguém para disputar o Planalto junto com Bolsonaro. A união dos dois não
traria vantagens de fato (tempo de tevê e dinheiro do Fundo Eleitoral), já que
eles são do mesmo partido. A advogada chegou na convenção acompanhada de fãs.
Ultimamente, reativou suas contas nas redes sociais e tem postado selfies e
comentários com mais frequência. Janaína foi uma das pessoas que protocolou a
ação que resultou no impeachment de Dilma Rousseff (PT).
Com
informações portal Correio Brasiliense
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