Em
eleição onde irá aumentar o peso dos cofres públicos no financiamento de
campanhas, amplo arco de alianças articulado por Camilo Santana (PT) irá
representar mais uma vantagem do governador sobre seus adversários na disputa.
Entre as 16 legendas que receberam verba do Fundo Partidário nos últimos dois
anos no Ceará, 12 estão hoje na base aliada do petista.
Entre
2016 e 2017, siglas aliadas receberam R$ 15,5 milhões dos R$ 19 milhões –81,4%
do total – que chegaram ao Ceará pela rubrica. Como o Fundo Partidário segue
regras semelhantes das aprovadas pelo Congresso para o novo Fundo Especial de
Financiamento de Campanha (FEFC), as legendas devem manter “domínio” sobre os
recursos para a campanha.
Para
se ter ideia, o maior bloco de oposição no Ceará – formado hoje pelo PSDB e o
Pros e que apoia candidatura do general Guilherme Theophilo (PSDB) para
governador – somou apenas R$ 3 milhões em repasses do Fundo Partidário no mesmo
período. Outras siglas fora da base aliada, Psol e Rede ganharam,
respectivamente, apenas R$ 383 mil e R$ 63,3 mil.
Assim,
aliados de Camilo que disputarão vagas no Legislativo terão maior fatia do
recurso. Criado pelo Congresso em outubro do ano passado, novo Fundo Eleitoral
de R$ 1,7 bilhão terá a campanha deste ano como “tubo de ensaio”. Assim como
ocorre no Fundo Partidário, a verba será distribuída entre partidos de acordo
com o tamanho das bancadas no Congresso.
Depois,
a presidência de cada sigla pode definir para quais estados deve ir mais ou
menos dinheiro. Até agora, no entanto, a maioria dos partidos afirma que irá
reproduzir o rateio que já vem realizando para o Fundo Partidário.
Garantido
sem prejuízo aos repasses já previstos de R$ 888,7 milhões do Fundo Partidário
para este ano, o Fundo Eleitoral surgiu com justificativa de “cobrir”
financiamento esvaziado com a proibição das doações de empresas para campanhas
eleitorais. A prática, motivo de polêmica antiga no País, foi proibida em 2015
pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A
ideia defendida pelos parlamentares é ampliar o peso do financiamento público
nas campanhas, combatendo a entrada de recursos privados ligados a interesses
econômicos. Segundo defensores do novo Fundo, a verba permitiria maior
transparência e uma fiscalização mais eficiente do financiamento das campanhas.
Com
o peso do comando das siglas no rateio da nova verba, fica reforçada a
necessidade de boa interlocução entre candidatos e lideranças nacionais dos
partidos. A situação pode representar problema para Camilo, que hoje vem dando
sinais de que apoiará Ciro Gomes (PDT) à Presidência, ainda que o PT mantenha
pré-candidatura do ex-presidente Lula (PT).
O
maior impacto do tamanho das bancadas no financiamento de campanhas também
ajuda a explicar recente ampliação de esforços do governo na busca por novas
adesões. Nos últimos meses, alguns dos partidos que mais receberam do Fundo
Partidário no Ceará - como SD, PSD e PR - migraram da oposição para a base
aliada do governo
Com
informações portal O Povo Online
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