O PT lançou ofensiva de olho na costura de apoios nos
estados. Uma resolução aprovada pela legenda, que condiciona as alianças locais à
candidatura do petista, cria dificuldade à proximidade do governador Camilo
Santana (PT) com o pré-candidato do PDT à Presidência Ciro Gomes.
A
resolução do PT também mira no apoio de PSB e PCdoB, dois partidos que vêm
sendo procurados por Ciro na tentativa de ganhar musculatura para as eleições.
A
estratégia da sigla tenta frustrar as investidas do pedetista em direção ao
PSB. O ex-ministro aparece em 3º lugar no Datafolha nos cenários sem Lula, em
empate técnico com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB).
Divulgada
no sábado em Minas Gerais, um dia depois de o PT lançar nacionalmente a
pré-candidatura de Lula – Camilo foi o único governador petista que não
participou da programação –, a resolução fixa “a primazia do projeto nacional
(pré-campanha de Lula) sobre as disputas regionais”.
O
documento estabelece ainda que “qualquer definição de candidaturas e política
de aliança nos estados terá que ser submetida antecipadamente à Comissão
Executiva Nacional (CEN)”.
Prestes
a assumir o comando do PT em Fortaleza, Deodato Ramalho avalia que a nova diretriz
“causa um constrangimento” e “vai gerar um debate no partido” no Ceará.
“A
política nacional dá a diretriz”, considera o dirigente. “Nós tivemos alguns
momentos em que, isoladamente, houve flexibilização. Mas o tempo tem mostrado
que não podemos mais ter isso. Do contrário acabamos nos transformando num
PMDB.” Sobre o virtual apoio de Camilo a Ciro nas eleições, o petista admitiu
que se trata de “situação delicada”.
Ainda
presidente da legenda na capital cearense (o mandato expira dia 22 deste mês,
quando cede a cadeira a Deodato), o vereador Acrísio Sena diverge do colega de
agremiação. Para ele, “sob hipótese nenhuma o partido vai desconsiderar os
governos, principalmente no Nordeste”.
De
acordo com Sena, a orientação do PT também tem de levar em conta a reeleição
dos governadores. “Não pode fazer isso (ignorar os cenários nos estados).
Sabemos do prejuízo (para o partido), mas precisamos pensar nas
especificidades”, defendeu. “Acho que a manutenção da candidatura do Lula não
pode ser uma camisa de força para as realidades estaduais nem para o governador
Camilo Santana.”
O
governador do Estado não tem participado dos atos do PT de lançamento da
candidatura de Lula. No Ceará, dois fins de semana atrás, enquanto a legenda anunciava
o nome do ex-presidente na disputa, o chefe do Executivo estadual cumpria
agenda com os irmãos Ferreira Gomes na região do Cariri. Na última sexta-feira,
o petista faltou a evento nacional de anúncio de Lula, em Minas – Camilo
participou de agenda ao lado de recém-aliado Genecias Noronha (SD), em Russas.
Deputado
federal e integrante do grupo que discute estratégia eleitoral no partido, José
Guimarães é categórico: “Temos dois compromissos, apoiar o Lula e apoiar o
Camilo. Tudo o mais está em discussão ainda”.
Questionado
sobre a posição do partido caso Camilo se declare favorável a Ciro, Guimarães
brincou: “Enquanto tiver o ‘caso’, não vamos discutir”.
O
jornal O POVO procurou o Governo do Estado, que, por meio de assessoria,
informou que Camilo ainda não está tratando de eleições. A reportagem tentou
contato com a presidência estadual do PT, mas não obteve retorno até o
fechamento desta página.
Com
informações portal O Povo Online
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