Com
o desacordo prévio para uma ampla aliança da esquerda ainda no primeiro turno,
o pré-candidato a presidente da República, Ciro Gomes (PDT), deu start para
negociação de aliança eleitoral com o bloco de centro-direita. Na semana
passada, o partido do pré-candidato se reuniu com DEM PP, PRB e Solidariedade, partidos
do chamado centrão.
As
últimas duas legendas possuem pré-candidatos ao Palácio do Planalto, incluindo
o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), e do empresário
Flávio Rocha (PRB).
O
encontro foi informado pelo próprio Ciro, que palestrou ontem para empresários
no município de Caucaia a convite da Associação Comercial, Industrial e
Serviços de Caucaia (Acisc).
Questionado pelo jornal O POVO, o ex-governador
justificou a aproximação com o grupo alegando que a conversa foi “franca” e que
a proposta de aliança é baseada em um programa de governo.
“Abrimos
uma conversa, tratamos de coisa programática, tratamos das minhas críticas a
eles e das deles a mim”, disse. É a primeira vez que o pedetista admite
conversa formal com o grupo.
Ciro
disse que os partidos do centrão, que hoje dão suporte ao governo do presidente
Michel Temer (MDB), estão de portas abertas para uma possível aliança em
outubro próximo. “(As portas) Estão completamente abertas na medida em que meu
olho está um posto na eleição e o outro posto no dia seguinte”, admitiu.
O
ex-ministro argumentou que o caminho que tem tomado é em respeito “ao voto
popular”. “Nós precisamos ter humildade, respeitar o voto popular, pensar no
futuro do País e num ambiente de diálogo entre diferentes. A única saída que o
Brasil tem é estabelecer e fazer isso ao redor de programas ao invés de cargos,
fisiologia e corrupção que em nenhuma possibilidade aceito”, pontuou.
O
pré-candidato, ao ser questionado se estaria passando para o campo da direita,
alfinetou o PT afirmando que o discurso que é difundido no meio da esquerda é
“burocracia do PT” e que é injustiçado pelo partido do ex-presidente Lula.
O
presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, disse que a aproximação é em torno de
um “programa” e que a ideologia de centro-esquerda da candidatura “não muda”.
“Nós temos como prioridade a aliança com o PSB”, disse.
Ao
jornal O POVO, o senador Agripino Maia (DEM-RN) admitiu que Ciro está entre os
nomes “do centro” que o partido estuda apoiar. A decisão, no entanto, deverá
ser tomada em conjunto. “São vários partidos que estão discutindo em conjunto.
Não tem possibilidade de candidatura A, B ou C. Os partidos (do centro-direita)
vão tomar decisão em conjunto”.
No
meio das conversas de bastidores, é considerada a possibilidade de DEM e PRB
abrirem mão das candidaturas para negociar alianças mais interessantes para os
partidos.
Flávio
Rocha, no entanto, disse ontem, ao sair de uma reunião com o centrão, que
pretende manter a candidatura ao Palácio do Planalto até o fim e descarta ser
vice de qualquer candidato.
Com
informações portal O Povo Online
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