Por
pelo menos mais um ano, a tarifa de contingência deve continuar em Fortaleza e
Região Metropolitana. Medidas de diversificação da matriz hídrica no Ceará,
além de intensificadas, devem continuar sendo priorizadas por tempo
indeterminado.
As precipitações em torno da média histórica não foram
suficientes para mitigar a estiagem. Mas, sobretudo, a quadra chuvosa de 2018
ensinou que o Estado precisa aprender a conviver com a seca.
O
Ceará registrou uma média de 581,4 milímetros (mm) no último quadrimestre
(fevereiro, março, abril e maio). Isso representou um aporte de 2,3 milhões m³
de água no sistema de abastecimento.
Alcançando, dessa forma, 3,16 bilhões m³
nos açudes, o que representa cerca de 17% da capacidade total de armazenamento.
Os dados foram apresentados em balanço, ontem, com coletiva de imprensa na sede
da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).
Diferentemente
do ano passado, a distribuição espacial das chuvas não resultou em um aporte
tão significativo na Bacia Metropolitana, explica Eduardo Sávio Martins,
presidente da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
“Em termos de total de precipitação, foi a maior desde 2012. Nós ficamos na
categoria em torno da média, assim como no ano passado, mas a distribuição
espacial foi um pouco diferente”. Segundo ele, algumas regiões, principalmente
o Sertão Central, ficaram com áreas abaixo da média e, novamente, a região do
Coreaú e do Litoral, com chuvas acima da média.
A
distribuição se reflete no aporte dos reservatórios, que receberam diferentes
níveis de recarga, como explica João Lúcio Farias, presidente da Cogerh.
“É
a melhor condição desses últimos seis anos. Há uma situação diferenciada na
região mais ao norte e no litoral, que estamos em uma condição confortável para
o atendimento às demandas, inclusive da irrigação. Estamos em uma situação
crítica no centro do Estado, na Bacia do Banabuiú e no Sertão de Crateús”,
destaca o gestor.
A
recarga dos grandes açudes, como Orós e Banabuiú, foi aquém do esperado para
“ter uma tranquilidade maior para operar os reservatórios”, ele frisa. “Vamos
continuar nessas regiões onde a situação é mais crítica, continuar com todas as
medidas e a limitação de atendimento a algumas atividades”, projeta João Lúcio
Farias.
Levando
em consideração que, mesmo dentro da média, as chuvas não resultaram em
inflexão na oferta de água, a ideia é “acelerar” processos para desenvolver
alternativas de captação, reúso e economia do recurso.
“Nós
estamos ainda em uma situação que merece uma atenção especial. Estamos
trabalhando em adutoras e alternativas de captação como a dessalinização e o
reúso de água”, afirma Francisco Teixeira, titular da Secretaria de Recursos
Hídricos do Estado (SRH).
Além
disso, as mudanças deveriam atingir os condomínios habitacionais, por exemplo.
“Uma cidade como Fortaleza tem que mudar seu foco de consumo, para todo
condomínio captar água da chuva, ter dois sistemas de água. Um com água para
dar descarga, para uso geral, e outro para a higiene pessoal. Não podemos jogar
água da chuva fora”, enfatiza.
PRAZO
Conforme
o secretário de Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, o prazo de chegada das
águas da transposição do São Francisco deve ser por volta de novembro. E não
agosto, como prevê o Governo Federal.
AÇÕES
DE CONVIVÊNCIA ADUTORAS
De
2015 a 2017, foram implantados 430,2 km de adutoras, atendendo uma população de
536 mil habitantes.
POÇOS
De
2015 a 2018, 1.184 poços foram perfurados e 1.260 chafarizes foram instalados
em ações da Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra) e da Secretaria de
Recursos Hídricos (SRH).
Com
informações portal O Povo Online
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