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26 de junho de 2018

A tabelinha entre Camilo e Eunício por Érico Firmo

Camilo e Eunício em ato de inauguração da areninha de Limoeiro do Norte (Foto: Divulgação)
A partida de futebol disputada na noite de sábado para marcar a inauguração da areninha em Limoeiro do Norte é uma das mais contundentes demonstrações da aliança eleitoral entre Camilo Santana (PT) e Eunício Oliveira (MDB).

O governador segue dizendo que a parceria é administrativa, que pode ou não se tornar em aliança eleitoral. Todavia, os gestos são mais significativos que as palavras. Já houve casos de aliados que juravam parceria eterna e estavam se digladiando logo depois? Sim, e não são poucos.

Ainda assim, será muita desfaçatez se os políticos que fazem tabelinha para marcar gol durante pelada de sábado à noite estiverem trocando insultos e fazendo acusações mútuas dentro de um mês e meio. Verdade que eles estavam assim há quatro anos, mas as idas e vindas só agravam a situação.

A aliança entre Camilo e Eunício já é real, palpável, escancarada. É visível e, mais que isso, feita para ser vista. Há ainda resistências importantes e poderosas à aliança dentro do grupo do governador. Partem da família Ferreira Gomes. Não é pouca coisa e, portanto, é capaz de a aliança formal nem sair. Isso é relevante e tem grande impacto político.

Entretanto, não é o fundamental. Há aliança na prática. No sábado, Eunício estava na inauguração de obra feita em parceria do Estado com Município. Não tinha nada a ver com Governo Federal, muito menos com o Senado que o emedebista preside. A parceria administrativa não justifica o comparecimento.

Em 2016, em Fortaleza, Camilo não fez campanha para Roberto Cláudio (PDT) durante todo o primeiro turno. O PT, afinal de contas, tinha candidata. Porém, todo mundo sabia que a aliança existia. A sinalização para apoiadores - e financiadores — está dada. O recado é claro. Isso vale mais que alianças formais, mas sem convergência na prática.

Em 2002, por exemplo, o PT se aliou ao PL, atual PR. Os candidatos a senador eram Mário Mamede, petista, e Gelson Ferraz, então no PL. Porém, na campanha - e na contabilidade dos votos - os petistas votaram em peso em Eudoro Santana, então no PSB e coincidentemente o pai de Camilo.

Não significa que a eventual ausência de coligação formal seja algo tranquilo para Eunício. Os laços se tornam, obviamente, mais fluidos e menos firmes. O surgimento de candidatura adversária forte pode ameaçá-lo. O empresário Luís Eduardo Girão (Pros) tenta ser este nome.

Publicado originalmente no portal O Povo Online

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