A
decisão do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa (PSB) por
não disputar a Presidência da República, anunciada ontem (09/05), amplia incertezas sobre cenário
eleitoral deste ano. Aparecendo como quarto colocado na disputa com 8% das
intenções de voto na última pesquisa Datafolha, a saída de Barbosa pode mudar
direcionamento de eleitores e cria tensão dentro da própria sigla.
De
um lado, alas do PSB defendem a aproximação com o campo de centro-esquerda e
sugere apoio a Ciro Gomes (PDT), enquanto outra tensiona por apoio ao
ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), com quem a sigla já mantém
aliança estadual.
O
lançamento de outra candidatura é descartada pela legenda, que apostou em
Barbosa como nome de fora da política partidária para se tornar competitivo na
disputa.
Ontem,
ao comentar a decisão do ex-ministro, Alckmin se mostrou disposto a formar
aliança com o partido. “Se dependesse de mim, nós já estávamos com o PSB.
Agora, temos que respeitar. É outro partido, tem lógica própria. Vamos
aguardar”, afirmou.
O
atual governador de São Paulo, Márcio França (PSB), que formou chapa estadual
com o tucano, também sugeriu ontem a possibilidade de aproximação com o PSDB,
após a saída de Barbosa. “(Barbosa) Pode compor uma chapa com vice, quem sabe
do Alckmin”, sugeriu. Também cresce no partido o interesse de apoiar candidaturas
no centro-esquerda.
“Apoiar
a candidatura do Alckmin não se enquadra mais”, disse o deputado federal Danilo
Cabral (PSB-PE) ao O POVO. Ele defende que o partido tem se mostrado inclinado
a apoiar candidaturas mais à esquerda desde o último congresso, em março. “O
partido pode cumprir papel importante nesse campo de unificação. Definimos
ficar em uma linha de oposição ao atual governo”, afirmou Cabral.
O
pensamento é partilhado pelo presidente do PSB no Ceará, Odorico Monteiro. Ele
disse ontem que o sentimento da sigla é “mais do que nunca pró-Ciro Gomes”.
“Não existe essa aproximação com Alckmin, que inclusive se mostrou mais próximo
do atual governo. O Ciro já esteve com o PSB, foi do partido”, disse. Para ele,
a sigla foi clara no último congresso ao “priorizar compor no centro-esquerda”.
O
presidente do PDT, Carlos Luppi, está disposto a fortalecer a ofensiva por
aliança. Vamos aumentar essas conversas que, aliás, nunca paramos. Agora elas
ganham outro patamar, porque agora é real a chance de aliança”, disse Lupi.
Ao
jornal O POVO, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse que o
cenário permanece indefinido e não descartou aliança com partidos fora do
centro-esquerda. “Vamos ouvir todos os partidos que nos procurarem”, afirmou.
“A decisão era em primeiro lugar por candidatura própria. Em segundo, por fazer
coligação com partido com maiores aproximações com o PSB. É por aí que vamos”,
disse.
Com
informações portal O Povo Online
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