O
governo federal cedeu e decidiu congelar por 60 dias a redução do preço do
diesel na bomba em R$ 0,46 por litro. A proposta foi anunciada na noite de ontem (27/05) pelo presidente Michel Temer, que fez um pronunciamento depois de um dia
inteiro de negociações no Palácio do Planalto.
A título de comparação, o
presidente disse que esse desconto equivale a zerar as alíquotas da Cide e do
PIS/Cofins. Os representantes dos caminhoneiros autônomos não aceitaram o
congelamento do diesel por apenas 30 dias, como havia sido inicialmente
proposto.
O
governo federal concordou ainda em eliminar a cobrança do pedágio dos eixos
suspensos dos caminhões em todo o país, além de estabelecer um valor mínimo
para o frete rodoviário. Essas determinações deverão constar em medidas
provisórias a serem publicadas em edição extra no Diário Oficial da União. A
expectativa do Palácio do Planalto é que a paralisação, que já dura sete dias e
causa enormes prejuízos e transtornos em todo o país, termine logo.
"Os
efeitos dessa paralisação na vida de cada cidadão me dispensam de citar a
importância da missão nobre de cada trabalhador no setor de cargas. Durante
toda esta semana, o governo sempre esteve aberto ao diálogo e assinamos acordo
logo no início. Confirmo a validade de tudo que foi acertado", afirmou o
presidente.
Temer disse que, nas últimas 48 horas, o governo avançou na
negociação dessas novas medidas. "Assumimos sacrifícios sem prejudicar a
Petrobras." Ele destacou disse que o congelamento valerá por 60 dias e, a
partir daí, só haverá reajustes mensais. "Cada caminhoneiro poderá
planejar seus custos. Atendemos todas as reivindicações", ressaltou o
presidente.
A
equipe econômica foi chamada ao Palácio do Planalto para calcular o impacto das
novas vantagens concedidas ao setor. Durante todo o dia, custos, cortes e
compensações foram avaliados. Além de restrições orçamentárias, empecilhos
legais tiveram de ser examinados. Na primeira rodada de negociações com os
caminhoneiros, quando se acordou que a Petrobras baixaria em 10% o preço do
diesel nas refinarias durante 30 dias, e os caminhoneiros fariam uma trégua de
15 dias na paralisação, o Ministério da Fazenda estimou em R$ 5 bilhões o valor
das compensações do Tesouro Nacional à estatal.
Agora,
com a validade do congelamento do preço nos postos – e não na refinaria – pelo
dobro do tempo, as despesas serão proporcionalmente elevadas. Segundo o
ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, as reivindicações custarão R$
10 bilhões ao Tesouro.
Com
informações portal Agência Brasil
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